Tortura e assassinatos cometidos pela polícia foram marcas de Alckmin na segurança pública

São Paulo – A gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) no governo do estado, de 2002 a 2006, foi marcada por críticas de defensores de direitos humanos à sua política de […]

São Paulo – A gestão de Geraldo Alckmin (PSDB) no governo do estado, de 2002 a 2006, foi marcada por críticas de defensores de direitos humanos à sua política de segurança pública. Episódios como o Massacre da Castelinho e os crimes de maio foram emblemáticos e são os mais citados pelos ativistas como motivos de preocupação, caso a linha da política de segurança pública adotada em um eventual governo do tucano retorne a padrões empregados pelo ex-secretário Saulo de Castro Abreu Filho (clique aqui).

A operação policial que ficou conhecida como “Massacre da Castelinho” é um dos casos de suspeita de extermínio e abuso de autoridade que pesa sobre Abreu Filho e 53 policiais militares. Policiais do Grupo de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância (Gradi), sob a responsabilidade do secretário, foram acusados de terem armado um espetáculo macabro que levou à execução  de 12 supostos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Investigações realizadas pelo Ministério Público consideraram a ação policial um espetáculo montado para demonstrar que a polícia estava reagindo ao PCC. A Operação Castelinho acabou revelando um verdadeiro esquadrão da morte que funcionava no interior da Secretaria de Segurança, composta por policiais do Gradi, desativado mais tarde pelas sucessivas acusações de ser o braço de repressão do Estado, apurou o jornalista Fábio Jammanl Makhoul.

Em maio de 2006, outra operação policial foi destaque pela ação abusiva dos comandados por Abreu Filho. A reação aos ataques do PCC também foi considerada desproporcional, com a morte de 493 pessoas, em pouco mais de uma semana, cita o advogado Ariel de Castro Alves, defensor de direitos humanos.

“Nos crimes de maio de 2006 as vítimas, em geral, foram jovens, pobres, muitos deles negros e moradores da periferia- tanto os agentes do Estado executados, como os civis assassinados. Vidas que até agora foram tratadas com descaso pelo Estado”, descreve Alves em artigo.

Chamado a se explicar pelos deputados estaduais de São Paulo, o secretário não respondeu às perguntas, “foi irônico o tempo todo e irritou os deputados”, descreveu Makhoul. “Não quero ficar nessa lengalenga aqui. Tenho mais o que fazer”, disse durante a audiência.

No final de 2006, Saulo de Castro Abreu Filho deixou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, substituído por Ronaldo Marzagão, promotor aposentado e ex-oficial da Polícia Militar.