Funai inaugura centro de formação de servidores indigenistas

O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto (esq), e o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, inauguram Centro de Formação em Política Indigenista (Foto: Renato Araujo/ABr) Brasília […]

O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto (esq), e o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, inauguram Centro de Formação em Política Indigenista (Foto: Renato Araujo/ABr)

Brasília – Foi inaugurado nesta quarta-feira (25) o primeiro centro de formação em política indigenista do país, voltado exclusivamente para a formação e capacitação de servidores públicos que atuam em áreas relacionadas às questões indígenas. A instituição, instalada em Sobradinho, cidade-satélite de Brasília, vai funcionar como espaço para aprofundar a gestão das políticas públicas indigenistas.

De acordo com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, o centro ainda está em desenvolvimento e poderá ser implantado em outras partes do país. “Acho de fundamental importância para o desenvolvimento de políticas públicas. A Funai (Fundação Nacional do Índio), o governo brasileiro têm diversas políticas públicas para a população indígena no país, porém, muitas vezes, faltam profissionais especialistas nessa área.”

De acordo com o presidente da Funai, Márcio Meira, foram investidos R$ 700 mil para reforma e compra de equipamentos. O prédio da Funai em Sobradinho foi construído em 2002 e servia como abrigo temporário de indígenas. Para Meira, o novo centro vai ajudar na reestruturação da Funai.

“Há muito anos a Funai não desenvolve uma atividade de formação continuada dos servidores. Não só estamos retomando essa atividade de formação, como estamos recebendo novos servidores. São 425 e hoje, nós estamos nomeando 284”, disse.

Os novos servidores foram aprovados no último concurso da Funai, feito no início deste ano. A fundação não fazia processos seletivos há 24 anos. Segundo Meira, 90% dos novos servidores vão trabalhar nas regiões próximas às terras indígenas, principalmente na área da Amazônia Legal. “Então, o objetivo deste centro é preparar o servidor que está chegando para desenvolver o trabalho na ponta”, disse.

Para o indigenista Vicente Barbosa, não existe uma formação específica para os servidores que trabalham com povos indígenas. Antigamente, os concursados nessa área eram antropólogos, porém, no novo concurso, não houve exigência de formação específica. “O cargo de indigenista foi aberto para qualquer formação. Se fosse só para antropólogos, a gente jamais poderia juntar talentos diversos para compor uma Funai que está nascendo depois de 24 anos sem concurso.”

Os servidores poderão fazer cursos, simpósios, congresso e reuniões no local. O centro, que trabalha em parceria com a Escola Nacional de Administração (Enap), tem auditório, salas de aula, laboratório de informática, biblioteca com um acervo de 660 títulos sobre sociedades indígenas e política indigenista, que faziam parte do acervo pessoal da antropóloga Isa Pacheco.

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