Aposentado compulsoriamente na ditadura, Vinicius de Moraes será promovido a embaixador

O poeta Vinicius de Moraes, em evento promovido pelo Centro de Cultura Popular e realizado na sede da UNE, no Rio, em 1962 (Foto: Acervo Última Hora/Folhapress) Brasília – Na […]

O poeta Vinicius de Moraes, em evento promovido pelo Centro de Cultura Popular e realizado na sede da UNE, no Rio, em 1962 (Foto: Acervo Última Hora/Folhapress)

Brasília – Na tentativa de reverter uma decisão tomada na ditadura, o governo brasileiro homenageará nesta segunda-feira (16) o poeta, escritor, compositor e diplomata Vinicius de Moraes (1913-1980). O presidente Lula e várias autoridades prestarão a homenagem post mortem ao diplomata Vinicius de Moraes. Ele será promovido ao cargo de embaixador (ministro de primeira classe) durante solenidade no Ministério das Relações Exteriores, marcada para as 17h30.

Em 1968, Vinicius de Moraes foi aposentado compulsoriamente por meio do Ato Institucional (AI) nº 5 sob a alegação de que seu comportamento boêmio não condizia com a carreira pública.

Segundo amigos, na época, Vinicius não se conformou com a decisão e deixou claro ter ficado magoado. Por 26 anos, ele atuou na diplomacia brasileira, em geral em atividades burocráticas, servindo em Los Angeles (Estados Unidos), Paris (França) e Roma (Itália).

A aposentadoria de Vinicius foi publicada quando ele fazia um espetáculo em Lisboa (Portugal) com Chico Buarque de Hollanda e Nara Leão. Para a homenagem, o Itamaraty pretende montar um cenário que lembre em cada detalhe o poeta consagrado pela genialidade nas criações.

Amigo de poetas como Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, numa primeira fase, Vinicius fez uma série de parcerias ao longo da vida artística. Foi um dos precursores da bossa nova registrando uma das uniões mais bem-sucedidas na área musical: Vinicius e Tom Jobim.

No final da vida, o principal parceiro dele era Toquinho. Mas Vinicius também fez letras de chorinho em parcerias com Pixinguinha.

Crítico sagaz, boêmio e conquistador, Vinicius virou uma espécie de ícone dos intelectuais. Ele morreu em julho de 1980, depois de sentir dores durante a madrugada, em casa. Foi levado ao hospital e morreu em seguida.

Editado por Fábio M. Michel