Acusado pela morte de Sabotage é condenado a 14 anos de prisão

Rapper foi assassinado em 2003, em São Paulo, no auge da carreira. Para defesa do réu, o processo foi 'maracutaia'. Tese da acusação se baseou em rivalidade no mundo do narcotráfico

São Paulo – O julgamento de Sirlei Menezes da Silva, acusado de matar o rapper Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage, em 2003, terminou nesta terça-feira (13), com a condenação do réu a 14 anos de prisão.

De acordo com a sentença proferida pela juíza Fabíola de Oliveira Silva, da 1ª Vara do Júri, no Fórum da Barra Funda (zona oeste de São Paulo), o homicídio foi considerado duplamente qualificado por ter sido cometido por motivo torpe e por impossibilidade de defesa da vítima.

Durante o julgamento o defensor público do réu, Marcelo Carneiro Novaes, disse que “o processo é uma maracutaia” e anunciou que irá recorrer da decisão. Segundo Novaes, não há provas objetivas que levem à incriminação do acusado, além de testemunhas e a confissão do réu em um dos depoimentos.

Novaes afirmou que o réu confessou o crime sob tortura policial. As testemunhas apresentadas também não teriam certeza da culpa de Sirlei,  “apenas ouviram comentários que ele seria”, disse o defensor.

O defensor alegou ainda que o revólver calibre 38 apreendido na casa de Sirlei, em Suzano, não foi periciado. A acusação também não pediu exame no réu para confirmar a autoria dos disparos. “Não criaram provas”, disse Novaes.

Narcotráfico

O promotor Carlos Roberto Talarico explorou os antecedentes criminais de Sirlei, acusado de mais oito homicídios. Talarico fez o cálculo da rota que Sabotage fazia quando foi assassinado e detalhou como aconteceu o crime com base nos relatos das testemunhas.

A tese principal da acusação foi de que o réu era traficante e que a morte de Sabotage seria fruto de rivalidade no mundo do narcotráfico.

Crime

O rapper Sabotage foi assassinado em 24 de janeiro de 2003, na zona sul de São Paulo, depois de deixar a mulher no trabalho. No mesmo dia, embarcaria para Porto Alegre.

Sabotage morreu aos 29 anos, no auge da carreira. Compôs músicas de cunho social, falando sobre drogas, violência e criminalidade. Também atuou em filmes como “O Invasor” e “Carandiru”.

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