Homens jovens são os que mais sofrem com mortes violentas no país revela IBGE
Estudo do IBGE aponta também aumento no registro de nascidos no Brasil, o brasileiro está se casando mais e que caiu o número de meninas grávidas com menos de 20 anos
Publicado 25/11/2009 - 16h02
Homens entre 15 e 24 anos são os que mais sofrem com mortes violentas no Brasil, segundo o levantamento Estatísticas do Registro Civil, divulgado nesta quarta-feira (25), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Muito mais que as mulheres, os homens jovens são os que apresentam maiores índices de morte em decorrência de atos violentos como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito.
O índice de homens mortos por esse tipo de causa chegou a 70,2% em 2002. Em 2008, apesar de cair para 67,5%, ainda é o dobro do índice de mortalidade de mulheres na mesma faixa etária, que é de 34,1%.
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“A juventude é o segmento que está mais exposto a essa causas. Neste caso (de 15 a 24 anos) os homens são um alvo”, afirmou o responsável pelo estudo, Cláudio Dutra Crespo.
O estudo do IBGE destaca que os jovens “tornam-se violentos por não ter acesso, por motivos sociais ou psicológicos, à estrutura de oportunidades que a sociedade formal oferece”, em citação à documento da Unesco.
Cresce registro de nascimentos
A mesma pesquisa aponta que 90% dos indivíduos nascidos no Brasil foram registrados em cartório em 2008. Esse é o percentual mais alto dos últimos dez anos, de acordo com o IBGE. O registro representa a oficialização da existência do indivíduo, garantindo o acesso a uma série de direitos e a políticas públicas.
Entre 1998 e 2008, o percentual de registros saltou de 72,9% para 91,1%, graças principalmente à gratuidade do documento, campanhas institucionais e processos para inscrição em programas sociais.
“A exigência do registro de nascimento por diversos programas de governos como o Bolsa Família foi uma grande alavanca, além das campanhas promovidas pela Secretaria Especial de Direitos Humanos e pelo Unicef [Fundo das Nações Unidas para Infância]”, avalia Crespo.
Com esse novo índice, o Brasil fica próximo do sugerido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para os registros, que é de 95% dos nascimentos.
Outro índice que cresceu no país é o de pessoas que optaram pelo casamento. Eventos patrocinados por prefeituras, igrejas ou com os custos divididos entre os noivos ajudaram o brasileiro a se casar, aponta o estudo do IBGE.
Em 2008, foram registrados 959,9 mil casamentos, a maioria de mulheres de 20 a 24 anos e de homens de 25 a 29 anos.
A pesquisa também apontou queda no número de mães com menos de 20 anos de idade. O indicador passou de 21,3% em 1998 para 19,4% em 2008.
“A questão crucial é a renda, o nível educacional, o serviço de saúde aos quais têm acesso e não simplesmente o fato de terem filhos, pois os registros mostram redução do volume de nascimentos, sem, no entanto, desconsiderar os riscos à mulher e à criança”, diz o estudo.
A pesquisa Estatísticas do Registro Civil é realizada desde 1974 com dados sobre nascimentos, óbitos e óbitos fetais, informados pelos cartórios de Registro Civil e de casamentos, divórcios e separações, declarados pelas varas de Família, foros ou varas Civis.
Com informações da Agência Brasil