Família de Bergson Farias será indenizada após 37 anos da morte do guerrilheiro

Brasília – Depois de 37 anos da morte na Guerrilha do Araguaia (1967-1972), os restos mortais do guerrilheiro Bergson Gurjão Farias, ex-militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), serão enterrados […]

Brasília – Depois de 37 anos da morte na Guerrilha do Araguaia (1967-1972), os restos mortais do guerrilheiro Bergson Gurjão Farias, ex-militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), serão enterrados em Fortaleza (CE), sua terra natal. O enterro ocorre nesta terça-feira (6) às 17h, no cemitério Parque da Paz, e terá a participação dos parentes, inclusive da mãe, dona Luiza, com 94 anos.

Além dos parentes, o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, o governador do Ceará, Cid Gomes, e a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT-CE), acompanham a cerimônia.

Dona Luiza receberá R$ 100 mil de indenização, conforme audiência promovida nesta segunda-feira (5) pela Caravana da Anistia, que está em Fortaleza. O valor simbólico pago pelo Estado “vai ajudar que ela tenha mais conforto no fim da vida”, disse Ielnia Farias, irmã de Bergson.

Segundo a irmã, dona Luiza agradeceu a indenização, mas afirmou “que preferia que ele [Bergson] estivesse aqui”, declaração que comoveu os  parentes e os participantes da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, responsáveis pela caravana. “A história do Bergson é fundamental para essa juventude que não sabe o que aconteceu no Brasil”, disse Ielnia.

De acordo com o deputado federal José Genoíno (PT-SP), também ex-ativista do PCdoB e guerrilheiro no Araguaia, Bergson “foi morto em combate”, após ferir um capitão do Exército. Genoíno e Bergson (ex-estudante de química) foram colegas no Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Ceará em 1967. Um memorial em homenagem a Bergson será inaugurado na Concha Acústica, no bairro Benfica, na capital cearense.

A identificação dos restos mortais de Bergson, por meio de exame de DNA de ossada recolhida em 1996 em Xambioá (TO), foi anunciada em julho deste ano. O desaparecimento ocorreu entre maio e junho de 1972.

O Brasil ainda tem cerca de 140 pessoas desaparecidas durante a ditadura militar (1964-1985). No Ceará, a Caravana da Anistia analisa 81 processos de pessoas perseguidas politicamente naquele período.

Fonte: Agência Brasil

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