Focando cidades pequenas e acesso democrático, evento discute cidades digitais

I Fórum Brasileiro de Cidades Digitais vai debater a possibilidade de adoção de políticas públicas para digitalizar cidades brasileiras, em especial aquelas que não têm serviços oferecidos por empresas

Brasília (DF) recebe, no começo de outubro, o I Fórum Brasileiro de Cidades Digitais. O evento pretende discutir a implantação de políticas públicas voltadas à digitalização dos municípios brasileiros. Cidades digitais são aquelas que usam as tecnologias da informação e da comunicação buscando a melhoria de diversos setores.

Carlos Calazans, diretor do Guia das Cidades Digitais, que organiza o evento, aponta que há ganhos na eficiência da gestão pública, na área de saúde com a interligação de postos de atendimento, e nas escolas, apenas para citar os pontos principais. A colocação de anéis de fibra óptica, possibilitando a transmissão de internet por banda larga a toda uma cidade, tem realizado transformações em alguns municípios antes isolados.

Durante o evento dos próximos dias 1º e 2 de outubro, serão apresentados os casos de cidades que conseguiram sucesso nas políticas públicas para o setor. Por mais que ainda não seja maioria entre os municípios, cresce o número de cidades digitais brasileiras. Calazans lembra que 2.500 municípios não têm acesso a nenhum tipo de serviço de banda larga e, dentro desse universo, a maioria é de pequenas populações para as quais as empresas de telecomunicações não têm interesse em prestar serviço.

Outro problema apontado pelo organizador do evento é que “poucos municípios têm a sustentabilidade, ou seja, algo que perpassa governos, porque normalmente as iniciativas são muito políticas”.

Para ajudar a sanar o problema, o governo federal promete lançar ainda neste ano o Plano Nacional de Inclusão Digital, com a montagem de 3 mil telecentros em todo o país. Cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) serão priorizadas.

No caso do Pará, algumas das localidades com baixo IDH são justamente as mais beneficiadas pelo NavegaPará, programa do governo estadual tido como exemplo no setor. A intenção é chegar ao fim do ano atingindo 54 cidades, um universo de 2 milhões de usuários. Municípios isolados entre si pela imensidão da Amazônia, registram melhoria de acesso a programas de saúde – com diagnósticos feitos a distância –, educação – com a formação de professores – e segurança pública.

Em cada cidade, o ponto mais movimentado ganha internet de banda larga de acesso gratuito e aberto, além dos telecentros usados por estudantes e microempresários. O secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do estado, Maurílio Monteiro, explica que é proibido fazer uso comercial do sinal e que, nos municípios em que há prestação de serviço por empresas privadas, a conexão fornecida pelo poder público é sempre mais rápida.

“Muito concretamente, aqui na Amazônia temos dificuldade muito grande em telecomunicações porque são áreas muito pouco adensadas, é uma população com poder aquisitivo muito baixo e que não tem sido alvo preferencial dessas empresas”, afirma.

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