O programa “Jogo Aberto”, da TV Bandeirantes, ficou com o primeiro lugar do 16º Ranking da Baixaria na TV. A competição nada desejada é organizada pela campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania”, que defende a ética na televisão. A atração esportiva recebeu 88 reclamações de telespectadores, 10% das 874 queixas recebidas pelos organizadores desde outubro de 2008, data do último ranking. Dois programas de retransmissoras de Salvador aparecem entre os cinco alvos de reclamação mais constantes.

As denúncias de “baixaria” foram feitas através no site da campanha (www.eticanatv.org.br) e do Disque Câmara (0800 619 619). Apelo sexual, incitação à violência, apologia ao crime, desrespeito a valores éticos da família e horário impróprio são as principais reclamações que nortearam a elaboração do 16º Ranking da Baixaria na TV.

Os resultados foram divulgados nesta quarta-feira (26) em audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. A campanha foi constituída em 2002, após a quarta Conferência Nacional de Direitos Humanos, e é voltada à promoção dos direitos humanos e da dignidade do cidadão em programas televisivos.

A audiência pública também debateu os preparativos para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom).

“Jogo Aberto” é um programa de esportes apresentado às de segunda a sexta-feira, às 11h30. Apresentado pela jornalista Renata Fan, conta ainda com comentários de Neto e Oscar Roberto Godói

Depois do programa esportivo que lidera o ranking, aparecem “Pânico na TV” (Rede TV!), “SuperPop” (Rede TV!), “Na Mira” (TV Aratu/SBT – Salvador/BA) e “Se liga Bocão” (TV Itapoan/Record – Salvador/BA). No caso do quarto e do quinto colocados, de retransmissoras de TV de Salvador, ambos cobrem noticiário policial.

Apenas dois dos programas são “reincidentes”. O “Super Pop”, da Rede TV!, figurou nos rankings de 2006 e 2008. Já o “Pânico na TV”, da mesma emissora, que esteve presente em 2008. Vale notar que foi contra a emissora paulista que movimentos sociais conseguiram garantir o direito de resposta a um programa então apresentado por João Kléber. O conteúdo dos movimentos de defesa dos direitos humanos foi exibido de dezembro de 2005 a janeiro de 2006 no horário da atração.

De acordo com Augustino Veit, integrante da Coordenação Executiva da campanha, as denúncias recebidas são fruto do engajamento ativo de uma parcela dos telespectadores no monitoramento dos conteúdos da televisão. “As emissoras de TV são concessões públicas e, portanto, têm obrigações constitucionais a respeitar”, defendeu.

Com informações da Agência Câmara