Lideranças religiosas criticam escândalos no Senado Federal

Dom Odilo Scherer e Henry Sobel lamentam sucessão de sucessão de denúncias de corrupção que podem gerar descrédito das instituições

Reunidos para o lançamento do Instituto Vladimir Herzog, líderes de várias religiões do país criticaram a sucessão de escândalos políticos no Senado Federal. A recente descoberta de atos secretos que favoreciam senadores e apaziguados políticos foram recebidos com indignação pelas lideranças religiosas.

Para o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, a existência de contas paralelas no Senado e a recente onda de escândalos em Brasília ameaçam a democracia do país. “A Igreja vê e assiste como todos no Brasil certamente, de maneira perplexa, diante de fatos que vão se sucedendo. De um poço que não tem fundo, vão se tirando mais e mais coisas que, de alguma forma, põe em descrédito a instituição, o que é uma grande pena e um grande risco”, avalia.

Para ele, o principal problema seria a perda de confiança progressiva nas instituições democráticas. O arcebispo de São Paulo também cobra investigação dos senadores favorecidos nos escândalos. Dom Odilo Scherer diz que só a punição dos corruptos pode elevar a confiança da população no Congresso Nacional. “É muito desejável que se faça a investigação corajosa, para que os responsáveis possam aparecer e para que o suceder-se de escândalos não acabe criando, na opinião pública, uma espécie de indiferentismo, que acaba não se escandalizando mais com nada e, por outro lado, considerando normalidade aquilo que nunca deveria ser considerado normal”, lamenta.

O rabino Henry Sobel, licenciado da Sociedade Israelita Paulista, também se mostra surpreso com os escândalos. “Uma vergonha, a gente não espera isso, e não merece isso. Só podemos nos inconformar e nos indignar com a corrupção em nosso país”, afirma. Segundo o rabino Henry Sobel, o desvio de dinheiro público para fins pessoais no Senado configura uma grave violação dos Direitos Humanos no país.

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