CNJ aponta que presos do ES estão expostos a ratos e lixo

Em relatório, conselho destaca que excrementos dos detentos ficam acumulados dentro dos contêineres nos quais eles são mantidos

O juiz Erivaldo Ribeiro, do CNJ, afirma durante audiência na Câmara que é incrível a quantidade de ratos nos presídios (Foto: Wilson Dias. Agência Brasil)

O Conselho Nacional de Justiça apresenta nesta terça-feira o relatório sobre a inspeção realizada nos presídios do Espírito Santo. Os juízes auxiliares da presidência Erivaldo Ribeiro e Paulo Tamburini descrevem em detalhes a situação crítica a que estão expostos os detentos.

O documento aponta que na Casa de Custódia de Viana “há quantidade muito grande de lixo, insetos e umidade”, o que ajuda a explicar a existência de vários presos doentes. Para fazer a limpeza do local, os agentes penitenciários precisam de escolta policial. Em Novo Horizonte, os internos têm marcas de mordidas de roedores pelo corpo.

“Em Argolas [Vila Velha], as embalagens em que são servidas as refeições servem de vaso sanitário e são jogadas no lixo. Às vezes, os presos não têm precisão e seus excrementos ficam espalhados pelo chão da área central”, aponta o relatório. Em Cariacica, onde os detentos são mantidos em contêineres, menores detidos com maiores são obrigados a urinar e a defecar dentro das “celas”.

Os juízes consideram extremamente deficitária a assistência médica oferecida aos presos – muitos estão com leptospirose ou tuberculosos. Em Jardim América, Cariacica, o relatório destaca que “houve infestação de furunculose e vários presos purgavam pus por meses”.

Em audiência na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o juiz Erivaldo Ribeiro destacou a necessidade de medidas imediatas por parte do governo do estado: “são medidas simples, de higiene mesmo, como o recolhimento do lixo e uma imediata desratização. É incrível a quantidade de ratos no presídio de contêineres em Novo Horizonte. Além disso, tem que ampliar o pátio de banho de sol. O espaço é tomado por carcaças de carros. Isso é um absurdo”.

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