Criminalização dos direitos humanos é herança da ditadura, diz ativista

Cinthia Pinto da Luz comenta o relatório da Anistia Internacional sobre o tema. Para ela, brasileiros começam a perceber que podem e devem discutir seus direitos

A coordenadora de organização e projetos do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, Cinthia Pinto da Luz, avalia que as violações aos direitos humanos no Brasil não acontecem apenas em algumas regionais, mas de forma mais generalizada. A declaração foi dada a Gilson Monteiro, do Jornal Brasil Atual, a respeito do relatório da Anistia Internacional sobre o tema. A ativista apontou ainda a criminalização da defesa dos direitos humanos e a falta de reforma agrária como pontos críticos para a questão.

“Temos problemas sérios ainda que não são localizados de forma regional, que se encontram em todo o país e que comprometem a defesa dos direitos humanos”, sustenta Cinthia Pinto da Luz. O principal exemplo, para ela, são as prisões que, apesar de das mudanças de governos, não apresentam uma política diferenciada. Por isso, o sistema prisional continua reproduzindo as  violações conhecidas há décadas que, pelo aumento da população carcerária, também se ampliam.

A coordenadora do MNDH concorda com a avaliação do relatório da Anistia de ainda que o crescimento econômico apresentado pelo país nos últimos anos não se traduziu em melhorias no respeito aos direitos. 

Direito dos bandidos

Quanto à afirmação da Anistia de que o Brasil tem um conceito infeliz de que “direitos humanos são para bandidos”, Cinthia Pinto da Luz explica que se trata de uma herança da época da ditadura, em que os acessos aos direitos e informações eram limitados.

“Criminalizar o debate sobre direitos humanos, esteriotipar o debate, significa afastar a população em geral de entender os direitos humanos como um processo em que é necessário que haja integridade física, psicológica, social, política e econômica de cada um de nós”, avalia a ativista.

Por outros lado, Cinthia, que milita na área há 30 anos, ressalta que a redemocratização das últimas décadas mostra que o brasileiro está mudando o modo de enxergar as coisas e começando a perceber que todos tem direito de discutir o próprios direitos.

Com informações do Jornal Brasil Atual