Ajuda às vítimas da chuva no NE inspira cuidados para evitar desvios

No Ceará, doações não são liberadas aos municípios até que fique comprovado o estado de calamidade pública

O autor da foto vai aqui

Casas atingidas pela enchente do rio Mearim, no interior do Marahão (Foto: Antônio Cruz.Agência Brasil)

O destino da ajuda humanitária entregue às vítimas das inundações no Nordeste é motivo de cuidado. Mais ainda depois que um empresário de Santa Catarina foi acusado de vender por R$ 1 alimentos, roupas e sapatos que deveriam ser entregues como doações aos afetados pelas enchentes do ano passado no estado. Ismael Evelson Ratzkob, de 37 anos, foi detido na semana passada acusado de comandar o esquema que pode ter a participação de funcionários públicos.
Para evitar que o episódio se repita agora no Nordeste, precauções estão sendo adotadas. No Ceará, um dos estados mais atingidos pela chuva, com 17 mortes até agora, todo município que decreta calamidade pública é visitado pela coordenadoria estadual de Defesa Civil ou por um representante da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Apenas depois de confirmada a emergência é que a cidade passa a receber as doações. A triagem do número de cestas básicas necessárias para cada município é feita pelo Corpo de Bombeiros e por procuradores de Justiça. Até agora, o estado recebeu 317 toneladas de alimentos.
No Maranhão, que tem 108 municípios em estado de calamidade pública, a fiscalização é mais difícil. Segundo o Major Abner Carvalho, coordenador de Comunicação da Defesa Civil maranhense, a distribuição dos donativos é feita de acordo com as prioridades estabelecidas pelo próprio órgão.
Ele admite que, ainda que a Defesa Civil estadual tente acompanhar todas as ações, a demanda muito grande torna impossível que cada caso receba a mesma atenção. Até agora, os municípios foram os responsáveis pela distribuição das 850 toneladas de alimentos que chegaram ao estado. O major aponta que, no momento, além de alimentos, os afetados pelas enchentes precisam de material de limpeza porque, como a água começa a baixar em algumas regiões, é hora das famílias retornarem para suas residências.
Ao todo, segundo dados do Ministério da Integração Nacional, 283 mil pessoas estão desalojadas, ou seja, hospedadas nas casas de amigos e parentes, e outras 129 mil estão desabrigadas – tiveram de deixar suas casas e procurar abrigos. São 52 mortes em nove estados.

Apoio aos trabalhos

A Secretaria Nacional de Defesa Civil envia a partir desta quinta-feira equipes de ajuda às populações atingidas pelas enchentes. O Grupo de Apoio a Respostas Humanitárias é formado por policiais e bombeiros de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Roraima e Distrito Federal.
A intenção é ajudar nas ações de assistência e auxiliar as coordenações estaduais na avaliação dos danos provocados pelas fortes chuvas. Os enviados vão participar do gerenciamento de abrigos e da distribuição de alimentos e água potável.

Leia também

Últimas notícias