Pandemia

‘Foram dias de tortura, um pior que o outro’, diz sobrevivente da covid-19

Casos mais graves da doença carregam sequelas, e cientistas ainda tentam entender por que as pessoas reagem de formas diferentes à infecção

CCOMSEx
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Vencer a doença significa afastar risco de sequelas no cérebro, nos rins, nos pulmões e no coração

São Paulo – Nem sempre receber a notícia de que a doença foi superada quer dizer que a pessoa é uma sobrevivente da covid-19 que se recuperou completamente de todas as complicações do coronavírus. Para uma parte dos infectados, em especial os casos mais graves, que exigem internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), há risco de sequelas no cérebro, nos rins, nos pulmões e no coração. Mais de um ano depois da descoberta do vírus SARS-Cov-2 e da covid-19, cientistas de vários países ainda tentam entender por que as pessoas reagem de formas diferentes à infecção. A covid-19 pode provocar sintomas leves, formas graves e sequelas a longo prazo, meses após a contaminação.

Falta de ar, perda do olfato e do paladar e cansaço atingem com frequência os pacientes logo após o contágio, mas muitas pessoas continuam doentes por muito tempo após se curar, como se a infecção tivesse se tornado crônica. Esse tipo de caso se tornou frequente nos últimos meses, após a primeira onda da doença, em março e abril de 2020.

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A síndrome pós-covid atinge principalmente mulheres entre 25 e 60 anos, que têm uma vida ativa, mas isso não quer dizer que homens não tenham sido vítimas dela também. Na maioria dos casos, os pacientes não estão acima do peso ou têm outras doenças que os incluiriam no grupo de risco, como obesidade ou diabetes. Não existem provas objetivas que expliquem esses sintomas, o que dificulta a vida dos doentes. Muitos ouviram dos médicos que estavam “inventando” problemas que não existiam.

Vídeo traz depoimentos de sobrevivente da covid-19

No Brasil, mais de 8 milhões de pessoas são sobreviventes da covid-19. Mesmo com o início da vacinação, a situação ainda é preocupante. Nesta edição, O Planeta Azul traz dois exemplos de pessoas que sobreviveram à covid-19. A empresária Cristina Bauer, que se recuperou, mas perdeu o marido; e o médico infectologista Hélio Bacha, uma das maiores autoridades brasileiras no assunto. Acompanhe essas histórias.

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