TENSÃO

Ideia de que artistas ‘mamam’ na Lei Rouanet é mentirosa, diz dramaturgo

Antonio Quinet afirma também que artistas estão mobilizados para fazer resistência aos ataques à cultura pelo governo Bolsonaro

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Gamberini e Quinet: entrevista sobre a atuação do teatro sob o governo Bolsonaro: luta e resistência

São Paulo – A ideia difundida entre apoiadores do governo de Jair Bolsonaro, que acusam os artistas de “mamarem” na Lei Rouanet, que se destina ao financiamento de produções culturais, é uma “mentira”. É o que defende o dramaturgo e psicanalista Antonio Quinet. “É uma luta você montar uma peça, fazer um filme.”

“O teatro vive um momento ruim, porque está havendo um ataque, peças sendo censuradas, e uma desqualificação dos atores”, observa. Quinet lembra como momento emblemático desses ataques, sob o governo ultraconservador de Jair Bolsonaro, o episódio em que o dramaturgo Roberto Alvim, que comandava o Centro de Artes Cênicas da Fundação Nacional das Artes (Funarte), atacou a reputação da atriz Fernanda Montenegro. O ataque ocorreu por conta da presença da atriz na revista Quatro Cinco Um, vestida de bruxa em uma fogueira de livros, uma crítica simbólica ao momento que o país vive.

Quinet faz também considerações sobre psicanálise e teatro em entrevista para o jornalista Rodolpho Gamberini, do Planeta Azul. Ele diz que os atores estão mobilizados, em produções que espelham a resistência aos ataques de Bolsonaro, seja resgatando temas de discussão em peças, como o  racismo, seja resgatando a história do país.

“Como na época da ditadura teve a Tropicália e um grande desenvolvimento da arte, a arte como resistência, como provocação, e não se dobrar às imposições de um regime autoritário, ela vem se mostrando muito potente, vem muita coisa por aí”, afirma.

Confira a entrevista:

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