Pô, Diário, o Milton Ribeiro não soube educar a própria filha? Como é que ela fala com o pai por um celular normal? A menina não sabe que tá grampeada? Vê se eu falo com meus zeros por um telefone grampeável. Claro que não! Isso é coisa de amador! A-ma-dor! Assim não dá pra trabalhar…

Pelo menos o Milton já tá escolado e mudou de assunto logo que ela disse que estava num telefone comum. Mas a menina tinha que ter começado falando isso, caramba!

Como ela não avisou, o Milton me entregou. Disse que, duas semanas antes da prisão dele, eu já tinha avisado que ia ter busca e apreensão.

Pelo menos usou o termo “teve um pressentimento” em vez de “foi informado que”. E, como ele tá tarimbado em falar por parábolas, disse que estava me mandando “versículos”. A menina não entendeu, coitada. Que inocente… Pior é que a mulher do Milton também falou pra alguém, por telefone, que ele sabia da busca e apreensão.

Pô, que família mais nube!

O pastor Arilton também não ajudou muito. Quando estava preso na PF do Pará, falou com o advogado pelo telefone e todo mundo ouviu ele dizer: “Eu preciso que você ligue para a minha esposa… acalme minha esposa… porque se der qualquer problema com a minha menininha, eu vou destruir todo mundo“. Pô, nessa o cara incriminou a turma toda. Se ele tem como destruir todo mundo é porque todo mundo tá sujo.

O Wassef, meu advogado, já deu coletiva pra me defender. Disse que eu não converso com o Miltão, que eu não tinha nenhuma informação privilegiada e que eu não interfiro na PF. Mas quem é que vai acreditar num cara que diz que não conhece o Queiroz e tá com o Queiroz na casa dele? O Wassef tá mais desacreditado que vendedor de carro usado. 

O que me deixa triste, Diário, é que a graça agora na internet é me chamar de “sensitivo”, porque o Milton disse que eu “pressenti” a prisão. Tão dizendo que eu trago a miséria e a fome de volta em quatro anos, que eu descubro quem vai ser preso, que eu faço amarração, quer dizer, armação com a PF, etc…

Olha, tô com tanto medo que ontem, numa festa junina em João Pessoa, eu vi que tinha uma cadeia e eu fui embora rapidinho.

#diariodobolso