Diário do Bolso

O FHC disse que queria ser escritor. Eu preferia ser roteirista

Roteirista é quem escreve o filme antes do filme ser filme. Andei vendo uns aí com a Micheque, digo, Michelle, e percebi que eu faria histórias melhores

Universal Pictures / Divulgação
Universal Pictures / Divulgação
“Jurassic Park”. Nesse aí, eu ia fazer o pessoal do agronegócio botar fogo na ilha pra plantar soja. Então os dinossauros morriam e os ruralistas viveriam felizes para sempre

Diário, o FHC disse que queria ser escritor. Eu preferia ser roteirista, que é o cara que escreve o filme antes do filme ser filme. É que andei vendo uns aí com a Micheque, digo, Michelle, e percebi que eu faria umas histórias muito melhores.

Por exemplo, “Rocky, um lutador”. Aquele final com derrota pro Apollo Creed por pontos é bobagem. Tinha que pedir recontagem de votos. E votos em papel. Aí um amigo do Rocky fraudava tudo e ele ganhava. Ficava perfeito!

“Butch Cassidy e Sundance Kid” tem um clip meio esquisito no meio. Mas isso eu até deixava passar. O fim é que é muito ruim. Quando eles tão cercados, tipo o meu amigo Adriano, tinha que chegar um advogado, tipo o meu amigo Wassef, que apresentava um documento lá. Então o Butch e o Sundance acabavam livres que nem o meu amigo Queiroz. Seria um final bem mais realista.

“Jurassic Park”. Nesse aí, eu ia fazer o pessoal do agronegócio botar fogo na ilha pra plantar soja. Então os dinossauros morriam e os ruralistas viveriam felizes para sempre.

“Star Wars”. Esse é muito ridículo! Tá na cara que o Darth Vader tinha que fazer o Luke trabalhar com ele. Os dois, com aquelas espadas lá, iam fazer uma monte de rachadinhas (na cabeça dos inimigos, kkk!). O Yoda tinha que ter a cara do Olavo de Carvalho e falar um monte de palavrão. Nessa minha versão, o Império ia vencer na moleza, porque os rebeldes iam lutar entre si.

Eu dormi num tal de “Ladrões de bicicleta”. Mas ladrão bom é ladrão morto, desde que não seja da família.

A minha “Branca de Neve” seria muito melhor que a da Disney. Ela ia dar umas Glocks pros anões, então eles invadiam o castelo e matavam geral, inclusive a Malévola. Só ia ter que mudar o nome do filme pra “Branca de Neve e os sete milicianos”.

“Shrek”. Nesse aí, pelo meu gosto, quando a Fiona virasse mocréia, o Shrek daria um pé na bunda dela e arranjaria uma mais nova. A Micheque, digo, Michelle adorou meu novo final.

E no “Pinóquio” eu ia resolver tudo de um jeito muito mais inteligente: era só o boneco botar fogo na ponta do nariz a cada mentira e jogar água quando achasse que estava bom. Mas parar de mentir não dá, pô!

Ah, quantas ideias, Diário! Sou um gênio desperdiçado… Quase que eu lamento por ter acabado com o cinema no país. Quase.

Torero

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