Diário do Bolso

Diário, inteligência do Weintraub continua entre nós, em livros do MEC

É que esses dias o MEC lançou uma coleção de livros digitais que é uma herança dele. É literatura infantil ou infantilóide que chama?

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Deseducado Diário, o Weintraub já não está mais entre nós.

Não, ele não morreu. É que arranjei um empregão pro cara nos EUA. Ganha bem mais, ele vai posar de economista internacional e ainda se livra dos processos por dizer que os STFelistas deveriam ir pra cadeia. 

Mas do que eu estava falando mesmo?

Ah, que o Weintraub não está mais entre nós. Mas a sua inteligência está.

É que esses dias o MEC lançou uma coleção de livros digitais que é uma herança dele. É literatura infantil ou infantilóide que chama? Ah, sei lá. O nome do treco é “Conta pra mim”. É pros pais lerem pros filhos.

E tem várias coisas legais na coleção:

* Pra começar, o símbolo da bagaça é um ursinho. Não é brasileiro, mas e daí? Logo, logo não vai ter nenhum bicho mais aqui mesmo. Quer dizer, vai ter gado. Gado pode.

* O desenho de todos os livros é bem parecido. Foi a mesma pessoa que fez. E tem cara daqueles livros antigos que eu lia nos anos da ditadura. Se é do tempo da Gloriosa é bom, pô.

* O pessoal deu uma mudada nas histórias. Por exemplo, João e Maria não são mais abandonados na floresta pelos pais. E no Flautista de Hamelin não tem mais aquele sequestro de crianças. Aliás, nem crianças. Ficou bem melhor.

* Olha só um trecho de um livro: “Há muitos anos, a rica cidade de Hamelin prosperava com seu comércio de grãos, (…) isso fomentou tanto a construção de moinhos como a abertura de confeitarias”. Pô, não é bonito usar termos que nem “comércio de grãos” e “fomentou”? Parece até que foi o Guedes quem escreveu.

* Em vez daqueles contadores de história que ficam andando pra lá e pra cá, tem o Toquinho sentado e lendo umas histórias. Será que é porque ele me apoiou na eleição? É claro que é, kkk!

* A coleção custou R$ 17 milhões (o projeto todo, R$ 45 milhões). Quem fez o serviço foi uma editora de Minas Gerais que ninguém nunca ouviu falar. E a ilustradora e os escritores também não são famosões. Tem que pegar gente nova. Nada dessa literatura infantil comunista que tá por aí!

Enfim, Diário, os livros são tão bons que podiam ter sido escritos pela Damares. Por isso que eu gostei.

Torero pega na mentira

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