Diário, ganhei o Nobel! Melhor ainda: junto com o Trump
Falaram que eu e o Donald fazemos efeito imediato sobre a vida e a morte das pessoas, mais que cientistas. Somos demais
Publicado 18/09/2020 - 17h19
Grande dia, Diário, eu ganhei! Eu ganhei o Nobel! E melhor ainda: ganhei junto com o Trump!
Agora a gente pode cantar aquela música “We are the champions!” daquele cantor bigodudo. Aliás, aquilo é que é bigode de macho!
Pô, nenhum brasileiro tinha ganhado o Nobel. Fui o primeirão! Também, pudera, nunca antes na história desse país teve um presidente que nem mim.
A justificativa foi que eu e o Donald tivemos um “efeito mais imediato sobre a vida e sobre a morte do que cientistas e médicos na gestão da pandemia do novo coronavírus “.
Isso é que é elogio! Viva a cloroquina!
Aliás, será que é Nobel de Química ou de Medicina? Preciso ver isso daí.
De acordo com os organizadores, o objetivo é “celebrar o incomum, homenagear a imaginação e estimular o interesse das pessoas na ciência”. Poxa, eu sabia que um dia iam reconhecer o meu valor, porque se tem alguém com pensamento incomum sou eu.
Eu penso umas coisas que só eu que penso, de tão gênio que eu sou.
Mas o melhor de tudo, Diário, é que vai ter prêmio em dinheiro!
Os vencedores ganham uma nota de 10 trilhões de dólares do Zimbábue. Eu não sei quanto está o câmbio do dólar zimbabuezano, mas deve dar um dinheirão.
Opa! Agora que eu pensei numa coisa: será que eu vou ter que rachar o prêmio com o Trump? Ah, se tiver, tudo bem. Rachadinha é a especialidade da família.
Só achei estranho uma coisa: eu lembrava que o nome do prêmio era Nobel. Mas a imprensa disse que eu ganhei o “Ig Nobel”. Acho que “Ig” é o primeiro nome do tal do Nobel.
Bah, isso não faz a menor diferença. O que importa é que agora eu sou um nobelizado.
Grande dia, Diário, grande dia!
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