Em 2022 eu preciso ter bala na agulha para a minha reeleição, kkk!

Minha turma recebeu os caras da Taurus, os caras da CZ, os caras da Glock, que minha família adora, pelo menos 73 vezes e mais uma carrada aí

Ilustração: Aroeira
Ilustração: Aroeira

Diário, hoje eu não vou falar que o Docatelli, novo ministro da Educação, já foi pego na mentira. É que a Universidade de Rosário disse que ele não concluiu o doutorado. O Docatelli até já apagou o título de doutor do currículo Lattes dele na internet. Ele é que nem a Damares, que disse que era doutora, mas era doutora na igreja, e que nem o Ricardo Salles, que disse que estudou numa tal de Yale, mas nunca botou o mocassim lá. Bem-vindo ao time, Docatelli!

Também não vou falar que inaugurei a Transposição do Rio São Francisco. Quer dizer, na verdade foi só um pedaço. O Lula que começou o negócio. E a Dilma e o Temer continuaram. Mas e daí? O que importa é que a placa tá com meu nome.

E muito menos vou falar que descobriram que o general Pazzuelo, o ministro-interino-que-vai-ficar-para-sempre-porque-médico-é-cheio-de-mimimi, mandou um soldado puxar carroça como castigo, quando era tenente-coronel. Teve até um processo contra ele, mas a procuradora-geral Maria Ester Henriques Tavares fez piada com a coisa, dizendo que o Pazzuelo gostava muito de cavalo, então não era constrangimento. Isso sim é que é humor, pô! Muito melhor que esses comuno-humoristas, tipo Verissimo, Gregório Duvivier e Antonio Prata.

Não, não vou falar desses assuntos. Vou falar é que o Ivan Valente, um psolistinha aí, pediu um levantamento oficial sobre os encontros que o meu governo teve com o pessoal da indústria de armas. E descobriu que foram pelo menos 73. Daí o Estadão publicou uma reportagem sobre isso.

O jornal comunoquatrocentão contou que minha turma recebeu os caras da Taurus, os caras da CZ, os caras da Glock, que minha família adora, e mais uma carrada aí. E que eu já publiquei 8 decretos e 6 portarias sobre o assunto.

Mas e daí?

Por mim, eu resumia esse negócio de armas numa lei só. Parágrafo único: “Tá tudo liberado!”

E por quê, por quê?

Porque em 2022 eu preciso ter bala na agulha para a minha reeleição, kkk!

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PS: Quinta-feira, no Rio de Janeiro, um menino de 11 anos foi morto por outro menor, que disparou uma arma sem querer. Mas por que eu escrevi isso aqui, Diário? Ah, sei lá!