Diário do Bolso

Diário, não vai ter balinha de borracha, não. Isso é que nem comer bala com papel

"Eexcludente de ilicitude" é um nome complicado pra caramba, mas gosto do assunto. Tô tentando passar essa lei faz tempo, já vai ser a "ônzima" vez

Diário do Bolso/Vascoli/reprodução
Diário do Bolso/Vascoli/reprodução
Dá pra explicar o que eu quero, né, Diário?

Diário, o assunto hoje é “excludente de ilicitude”. É um nome complicado pra caramba! Na intimidade eu chamo esse negócio de “Lei do café com leite”.

Eu escolhi esse apelido porque quando era pequeno, lá em Eldorado, nas brincadeiras sempre tinha alguém que era “café com leite”. O café com leite podia botar a mão na bola no jogo de futebol, na queimada não era queimado e no pega-pega o café com leite nunca era pego.

Então, a minha ideia é que o sujeito que matar alguém, principalmente se for policial, militar ou agente de segurança, seja considerado café com leite.

Nos meus 27 anos de deputado, eu já tentei passar essa lei 9 vezes. De vários jeitos diferentes. E nunca consegui. Agora que eu sou presidente, já tentei mais uma vez e vou tentar de novo pela “ônzima” vez.

O Moro até me deu uma mão e colocou o “excludente de ilicitude” no projeto anticrime dele. Aí o policial que matasse em caso de “medo, surpresa ou violenta emoção” não ia responder processo. Ou seja, podia matar até em filme de terror, de suspense ou romântico, kkk! Mas não deu certo. Ele teve que tirar essa parte do projeto.

Agora eu quero que em caso de reintegração de posse de propriedades rurais tenha o “excludente de ilicitude”. Os fazendeiros têm que poder defender suas propriedades sem encheção de saco, pô. O MST invadiu? Bala neles!

E também quero liberar o tiro livre em caso de GLO (não tem nada a ver com a Globo, GLO é Garantia da Lei e da Ordem). É que na Colômbia, na Argentina e no Chile teve muita manifestação contra o governo e o pessoal de segurança só ficou assistindo. Não pode, pô. Tem que mandar ver! E na cabecinha, que nem diz o Witzel.

Se eu aprovar o “excludente de ilicitude” para o pessoal da polícia e do exército, quer dizer, se eles forem “café com leite” para assassinato, tudo vai ficar mais fácil. Aí, já na primeira manifestação de rua contra mim, o pessoal vai poder descarregar o pente.

E olha, Diário, não vai ter nada de balinha de borracha, não.

Dar tiro com bala de borracha é que nem comer bala com papel, kkk!

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