Falam tanta mentira sobre o meu governo que vou ter de criar um ministério da Verdade
É desemprego, é desmatamento, é filme de comunista tarado. Essa gente só fala que eu minto. Não é censura, mas tem que botar filtro em tudo isso aí, talkei?
Publicado 24/07/2019 - 10h04
Diário, você eu nunca censuro. Mas, no resto, tem que botar um filtro. Ou um cabresto. Não pode todo mundo falar o que sabe. Aí vira confusão, pô!
Pode ser palavra ou número, tanto faz. O que não pode é ficar soltando informação por aí, a torto e a esquerdo. Ainda mais se for verdadeira. Fake news, tudo bem. Já true news tem que ver direito, talkei?
Por exemplo, no tocante ao desemprego, em abril o IBGE divulgou um número muito ruim. O que que eu fiz? Disse que a “metereologia” estava errada. É metereologia ou metrologia que fala? Tanto faz. O que importa é que, se o número é ruim, tem que dar um jeito de mudar. Chega a vírgula mais para lá ou para cá, pô!
Em maio a Fiocruz entregou o resultado de uma pesquisa sobre drogas. Esse negócio demorou três anos, custou sete milhões e ouviu 16 mil pessoas. Só que o Osmar Terra, ministro da Cidadania, esperava um resultado e veio outro. Aí ele engavetou a pesquisa. E tá certo! Se ele tem certeza de uma coisa, mas os números dizem outra, é porque os números estão errados.
Depois teve aqueles dados do Inpe, dizendo que o desmatamento cresceu sei lá quantos por cento. Eu disse que era mentira e o velhinho lá do Inpe me peitou, dizendo que queria que eu dissesse isso na cara dele. Eu não topei, é claro. Vai que o velhinho luta jiu-jitsu. Essa turma de cientista é muito radical. Não é à toa que o Ricardo Salles, do Meio-Ambiente, quer contratar uma empresa privada para fazer a pesquisa. Aí sai o resultado que a gente quiser.
Agora eu vou ficar de olho é nos filmes brasileiros. Não vou dar dinheiro público para pornografia comunista. E cineasta ou é comunista ou é tarado. Só uns é que escapam. Que nem o garoto que vai ganhar mais de 500 mil reais da Ancine para fazer um documentário sobre mim. Se bem que aposto que vai ter engraçadinho dizendo que o filme é uma epidemia de drogas.
Diário, acho que o jeito é criar um novo Ministério, o Ministério da Verdade. E vou colocar o Pavão, quer dizer, o Carluxo como ministro.
Aí, sim!
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