Diário do Bolso

Diário, sou melhor pra acabar com índio que muito caubói americano

John Wayne usava revólver, eu uso minha Bic. Sabe, Diário, bem que podia ter uns filmes brasileiros de faroeste. Tipo "Era Uma Vez no Centro-Oeste"

Diário do Bolso / © Warner Home Video Repodução /
Diário do Bolso / © Warner Home Video Repodução /
"Se o Brasil tivesse filme legal de caubói, um comigo e o meu bando, quer dizer, minha equipe de governo, ia chamar Os Imperdoáveis"

Diário, eu estou melhor que o John Wayne. Ele matava muitos índios com o seu Colt 45. Mas com minha Bic da Compactor eu sou bem mais eficiente.

Agora, no dia 17 (grande número!), eu assinei um decreto acabando com um monte de cargo na Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). Mas antes mesmo de assumir a presidência eu já ferrei com a indiarada. É que eu avisei como iam ser as novas regras do “Mais Médicos”. Aí Cuba chamou todo mundo de volta. E, dos 372 médicos que trabalhavam com índios, 301 eram cubanos.

Pô, já pensou deixar essas duas turmas juntas? Cubano é comunista de carteirinha. Índio é comunista por natureza. Eles iam fundar a República Soviética do Xingu!

Falando em Xingu, lá ficavam meia dúzia de médicos cubanos para os 7.500 índios. E todos foram embora. A gente repôs os seis, mas um já caiu fora e outro pediu licença médica. Até o fim do ano não sobra ninguém.

No Brasil tem 34 Distritos Sanitários Indígenas, que atendem os 900 mil índios brasileiros. Como tinha umas suspeitas de corrupção, a gente deu uma cortada de verba geral. Claro que o Luiz Carlos Mandetta, o ministro da Saúde, podia manter os pagamentos e investigar a corrupção ao mesmo tempo, mas para que desperdiçar dinheiro com índio?

Por conta desses cortes não falta só médico. Também falta transporte, anestesia e antibiótico (não dizem que viver na natureza é saudável?). Tanto que tem um monte de crianças morrendo. Mas, se o índio quer assistência médica, ele que vá morar na cidade. Deixa o mato para quem quer criar gado, cortar madeira e plantar soja, pô!

Bom, agora vou ver uma fita com o John Wayne.  Aliás, podia ter uns filmes brasileiros de caubói. Por exemplo, em vez de “Era uma vez no Oeste”, podia ter o “Era uma vez no Centro-Oeste”. Em vez de “Por um punhado de dólares” podia ter “Por um punhado de reais”. E, para fazer a versão brasileira de “Sete homens e um destino”, deviam chamar eu, o Moro, Paulo Guedes, Marcelo Álvaro, Ernesto Araújo, Weintraub e o Olavo.

Se bem que a esquerda ia dizer que nosso filme está mais para aquele outro, do Clint Eastwood: “Os Imperdoáveis”. Kkkkkk!

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