Diário do Bolso

Diário, ministro bom mesmo é o Ricardo Salles, um verdadeiro bandeirante

Verde pra mim, só o Palmeiras. Por mim, pra descobrir ouro tem que entrar na floresta, matar índio e derrubar árvore

© Angeli / Diário do Bolso / Reprodução
© Angeli / Diário do Bolso / Reprodução
Comigo e com o Salles, índio e árvore não têm vez, o negócio é ouro

Diário, vou te dizer uma coisa: verde, para mim, só o Palmeiras.

Não quero nem saber desse negócio de ecologia. A gente tem é que continuar o trabalho dos bandeirantes. Eles entraram na floresta, mataram índio, derrubaram árvore e descobriram ouro.

Por isso que eu botei o Ricardo Salles no Meio Ambiente. Ele é amigo de mineradora, de construtora e, principalmente, de ruralista. Já foi até diretor jurídico da Sociedade Rural Brasileira. É unha e carne com os caras. Por isso com ele não vai ter nenhum mimimi.

Eu sei que o sujeito já foi julgado e condenado por improbidade. Mas foi só porque mandou mudar uns mapas para beneficiar uma empresa aí. Aliás, ele subiu muito na vida ultimamente. Em 2013 quase foi preso por não pagar pensão de R$ 3 mil aos filhos. Mas, cinco anos depois, na eleição de 2018, declarou um patrimônio de R$ 8,8 milhões.

O Salles é esperto. Deu um jeito de acabar com o ecomunismo e ainda banca o econômico. É que ele exonerou os chefes esquerdóides do ministério dele.

Por exemplo, a Secretaria de Floresta e Desenvolvimento Sustentável ainda não tem um secretário titular. Nem diretores titulares pros departamentos. Nem três das quatro coordenações-gerais.

No ICMBio, estão vagas duas das quatro diretorias, nove das treze coordenadorias gerais, e as chefias de 47 unidades de conservação.

No Ibama, a coisa está pior ainda: 23 das 27 superintendências estaduais estão sem chefes.

E sem chefe ninguém pode fazer nada. É só bater o ponto e ir pro cafezinho.

Daí ficou moleza para os madeireiros. No ano passado foram apreendidos 25 mil metros cúbicos de madeira ilegal. Nos primeiros quatro meses de 2019, só 40 metros cúbicos. Um caminhãozinho de nada.

E o melhor é que Meio Ambiente não é que nem Educação. As pessoas tão pouco se lixando. Ninguém vai fazer passeata. Na Amazônia não tem avenida Paulista, não tem Candelária. Tanto que o garimpo joga uma Brumadinho a cada vinte meses no rio Tapajós e ninguém fala nada.

Com o Ricardo, eu acho até que vou mudar o nome do Ministério do Meio Ambiente. Vai ser Ministério do Um Terço de Ambiente, kkkkkk!

@diariodobolso