Agenda secreta com Trump no Japão. Que emoção! Que será que ele quer comigo?
O chato é que todo mundo vai ficar perguntando sobre o sargento pego com cocaína. Sorte seria o cara não ser descoberto, né, general Heleno?
Publicado 28/06/2019 - 08h50
Diário, aqui no Japão eu vou falar com um monte de gente. E já estou bolando umas conversas para quebrar o gelo.
Com o primeiro-ministro do Japão vou fazer aquela piada que eu fiz com o japonês que eu encontrei no aeroporto: “Aí é tudo pequenininho, né?”.
Com o primeiro-ministro de Singapura, um tal de Lee, eu vou dizer: “Adoro a calça que a sua família fabrica”.
Para o Xi, da China, vou dizer: “Ainda bem que seu pai não era gago, hein?”
E pro Narendra Modi eu vou dizer que os únicos índios que eu gosto são os dele, porque a Índia fica bem longe, kkkk!
Ah, também vou falar com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Ninguém quer bater papo com o cara depois que ele foi acusado de envolvimento no assassinato de um jornalista de lá que escrevia para o The Washington Post. Mas, pô, não se pode deixar o príncipe na geladeira só por uma coisinha dessas.
O melhor mesmo vai ser meu encontro de agenda secreta com o Trump. Agenda secreta… que emoção! O que será que ele quer comigo?
E ainda vou falar com o Grupo de Lima, que são os chanceleres que vão discutir o que a gente vai fazer com a Venezuela. O Trump bem que podia pedir para todo mundo invadir. Ganhar uma guerra ia garantir a minha reeleição.
O chato é que todo mundo vai ficar me perguntando sobre o sargento que foi pego com cocaína. E vão fazer piadinhas do tipo: “O avião é presidencial ou de carreira?”, “O militar que foi preso é um aspirante?”, “Ele faz parte dos fuzileiros nasais?”, “É verdade que o senhor vai estrear uma série na Netflix chamada Bolsonarcos?”, “Vai mudar o nome do AeroLula para AeroCoca?”, “Depois da Lava Jato chegou a hora da Pó a Jato?”
Para piorar o general Heleno falou que foi “falta de sorte”. Quer dizer que a sorte seria o cara não ser descoberto?
A coisa tá tão ruim que quem me defendeu foi o Marcelo Freixo.
Pô, Diário, meu pessoal tinha que ter inventado uma história bem rápido. Por exemplo, podiam ter dito que o sargento era um hacker petista que estava levando a droga para universitários gays fazerem balbúrdia com os russos do Telegram. Só eu que sou inteligente nesse governo, caramba!