Diário do Bolso

Grande dia, Diário. Agora a Previdência vai!

A gente faz uma reunião supersecreta e no dia seguinte tá tudo na capa da imprensa comunista, mas o importante é que a política mudou: comigo, primeiro faz, só depois recebe

diário do bolso/reprodução

O Onyx teve uma reunião com um monte de deputados na casa do Rodrigo Maia. E prometeu 40 milhões para quem votar a favor da reforma da Previdência.

Estavam lá chefões do DEM, do PP, do PSD, do PR, do PRB e do Solidariedade. Tudo boa gente.

O Rodrigo Maia tinha dito que eu devia dar um “segundo passo” para aprovar a reforma. Pronto. Está dado. É isso que aqui em Brasília chamam de “negociação política”.

De quebra, o Rodrigo ainda vai indicar o embaixador em Roma, aquele amigo dele, o Hélio Ramos.

Vão dizer que eu menti, porque tinha prometido acabar com o “toma lá, dá cá”. Mas agora é diferente. É “dá cá, toma lá”. Porque primeiro vota e depois é que recebe.

Eu fico assustado é com o aumento do preço da coisa. O Mensalão era 30 mil por mês. Agora vai dar 900 mil. Trinta vezes mais. A inflação em Brasília não é brincadeira, não.

Falando em Mensalão, o pessoal maldoso já está dando uns nomes para a minha “negociação política”. Uns chamam de Bolsa Famiglia, querendo dizer que é tudo uma máfia. Outros dizem que é o Bolsolão. Gostei mais desse último.

O chato é que a gente faz uma reunião supersecreta e no dia seguinte está na capa da Folha Comunista de S.Paulo. Com um monte de deputado confirmando a história em off! Pô, cadê a integridade desse pessoal?

Na Câmara teve até um empurra-empurra por causa da reportagem. E o Rodrigo Maia foi perguntado se era verdade e ficou caladão. Pô, Rodrigo, é que nem quando a gente trai a mulher: tem que negar até o fim!

No fim, até que foi bom sair no jornal. Assim todo o Congresso ficou sabendo e já vão começar a ligar para o Onyx, dizendo que sem a reforma o Brasil para.

Estou tão otimista que até fiz uma musiquinha. Peguei aquela “Pra frente, Brasil” e troquei umas palavras. Ficou assim:

Quarenta milhões em ação, 

pra frente, Brasil, do meu Rodrigão. 

Todos juntos vamos tungar o Brasil,

Viva o molha-mão!

De repente é aquela conta corrente,

Quem é que não quer mais um milhão? 

Todos ligados na corrupção. 

Eu tô de volta, sou o Centrão! 

Todos juntos vamos tungar o Brasil, Brasil! 

Salve o Bolsolão!