Zélia Duncan homenageia Itamar Assumpção em São Paulo

Artista se apresenta em São Paulo, no Sesc Pinheiros, até o próximo dia 13 (Foto: Gal Oppido) Se, em estúdio, o álbum “Tudo esclarecido”, em que a cantora e compositora […]

Artista se apresenta em São Paulo, no Sesc Pinheiros, até o próximo dia 13 (Foto: Gal Oppido)

Se, em estúdio, o álbum “Tudo esclarecido”, em que a cantora e compositora carioca Zélia Duncan interpreta as canções do cantor e compositor paulista Itamar Assumpção, pode ser considerado, sem margem de erro, um dos melhores de 2012 e da carreira da artista; no palco, ele se mostra deslumbrante. Foi o que se pode conferir na noite de ontem (3), no Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, em São Paulo, no lançamento da turnê. O show pode ser conferido no mesmo local de hoje (4) a domingo (6), e nos próximos dias 10, 11, 12 e 13.

Zélia Duncan entrou no palco exatamente às 21h e, enquanto percorria o palco de um canto a outro, puxando a cortina, ela cantava: “Eis aqui o bicho de sete cabeças / Eis aqui um sim, eis aqui também um não / Eis aqui São Paulo, metrópole intensa / Eis aqui minha cabeça e o meu coração”. Era apenas o prenúncio do que estava por vir. Ou seja, basicamente todas as faixas do novo disco, mas com as canções numa sequência completamente diferente.

Extremamente concentrada, a cantora conversou apenas uma vez com a plateia, a qual soltou vários gritos entusiasmados e foi convocada para acompanhá-la no refrão de “Quem mandou”. A fala da cantora praticamente resumiu-se a elogiar o repertório e a citar uma canção do grande homenageado da noite, Itamar Assumpção, “Totalmente à revelia”: “Eu poderia viver oitocentos milhões de anos / Neste planeta na gandaia e na folia / Louco de tanta alegria / Totalmente à revelia”.

Muitíssimo bem dirigida por Isabel Teixeira, também responsável pelo roteiro junto com a cantora, Zélia Duncan demonstrou uma movimentação invejável no palco. Ocupando os mais diferentes espaços, ela interpretou com grande emoção músicas como o sensacional pop “Tua boca”, a linda balada “Mal menor”, a gostosa “Não é por aí” e o forró “Vê se me esquece”. Se no espetáculo “TôTatiando”, em que homenageia Luiz Tatit, ela demonstrara uma capacidade cênica invejável; agora ao cantar outro compositor da denominada vanguarda paulista, ela mantém a mesma eficiência e o mesmo tipo de clima.

Claro que, para quem ouviu o disco, foi possível sentir falta de Ney Matogrosso, em “Isso não vai ficar assim”; e de Martinho da Vila, em “É de estarrecer”. Mas a cantora supriu as ausências em grande estilo, utilizando um figurino deslumbrante com as cores branco e bege, assinado por Simone Mina, o qual ela foi tirando alguns pedaços, como dois casaquinhos, durante o show, assim como puxou o zíper da parte das pernas.

A banda que acompanhou Zélia Duncan no show não é a mesma do CD, mas os músicos são igualmente de grande qualidade. É o caso do contrabaixista Ezio Filho, responsável também pela direção musical; do tecladista e acordeonista Léo Brandão; do guitarrista e bandolinista Webster Santos; e do baterista e percussionista Lucio Vieira. Em comum no disco e no show, o baterista e percussionista Christiaan Oyens, parceiro de longa data da cantora.

Um dos pontos mais altos do show é o design de luz e operação de Alessandra Domingues e Cristiano Desideri. Há grande variação de cores, como na faixa-título em que há predomínio da cor-de-rosa, ou em “Noite torta”,  do branco; e, em alguns momentos, até os músicos entraram em cena, segurando pequenas lâmpadas iluminam uns aos outros e a cantora.

Zélia Duncan também demonstrou ter total domínio da própria voz e interpretação, o que se pode comprovar, por exemplo, em “A gruta da solidão” e na ótima faixa-título, que encerrou a primeira parte do show. No bis, houve uma pequena repetição de “Zélia Mãe Joana” e as inéditas versões de “Nego dito” e “Leonor”. Ah, e foi emocionante ver na plateia Ná Ozzetti, uma das mais importantes cantoras que acompanharam Itamar Assumpção em muitos shows.

 

Serviço

Show Tudo Esclarecido – Zélia Duncan – de 4 a 13/1, às quintas e sextas, às 21h;
sábados, 20h; e domingos, 18h
Ingressos – R$ 8 a R$ 32
Teatro Paulo Autran – Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195. Pinheiros. São Paulo/SP
Fone: (11) 3095-9400

[email protected]

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