Primeiro longa brasileiro de animação com bonecos chega aos cinemas

O personagem Túlio Triviño, destaque na animação com bonecos que estreia em circuito (©divulgação) Quando estreou na TVN (Televisión Nacional de Chile), em 2003, o programa infanto-juvenil “31 Minutos” rapidamente […]

O personagem Túlio Triviño, destaque na animação com bonecos que estreia em circuito (©divulgação)

Quando estreou na TVN (Televisión Nacional de Chile), em 2003, o programa infanto-juvenil “31 Minutos” rapidamente se transformou num grande sucesso. Exibido no Brasil pelo canal Nickelodeon, a atração satiriza o jornalismo dos anos 80, é comandada por fantoches e brinquedos, e foi indicado ao Emmy internacional de melhor programa infanto-juvenil. Agora ela ganha a primeira adaptação para o cinema, numa coprodução de Brasil, Chile e Espanha, que chega aos cinemas brasileiro nesta sexta-feira (3), com dublagens de astros como Marcio Garcia, Daniel de Oliveira e Mariana Ximenes.

No filme, Tulio Triviño (dublado por Marcio Garcia), apresentador do famoso telejornal “31 Minutos”, está completando aniversário e o seu amigo e produtor Juanín Juan Harry (com a voz de Daniel de Oliveira) prepara uma edição especial, que será encerrada com um presente surpresa, ou melhor, um quadro gigante.

Porém, ele é o último exemplar de uma espécie animal e a única que falta para a coleção da maligna Cachirula (dublada por Mariana Ximenes). Por isso, ela contrata o bandido Tio Careca (Guilherme Briggs) para capturá-lo. A ideia, então, é desmoralizá-lo diante do amigo e patrão, ao repintar o quadro, mostrando o apresentador sentado na privada, com a palavra “Idiota”.

Tulio Triviño é desmoralizado ao vivo e seu programa perde audiência vertiginosamente. Arrasado, ele despede Juanín, que é, então, enrolado por Tio Careca e levado para Cachirula. Porém, descobrindo tratar-se de uma grande injustiça, fruto de uma fraude, o apresentador e todos os outros funcionários do telejornal partem em busca do amigo sequestrado. A partir daí, acontecem várias reviravoltas até se chegar a um final em aberto, que indica a continuidade do filme.

Se, inicialmente, alguém poderia imaginar que seria difícil manter a atenção de crianças ao longo de 87 minutos exclusivamente mostrando brinquedos e fantoches, essa sensação se esvai em poucos minutos, tal é o grau de envolvimento que a narrativa e os elementos visuais possibilitam. Há, inclusive, algumas tiradas fantásticas, como a do comentarista “gagá” Balón Von Bola, ou melhor, uma bola de futebol de óculos, que sempre entende tudo errado. Ou a tentativa do garoto que tenta manifestar o seu amor para a sobrinha do apresentador.

Desse modo, ao escapar da estranheza inicial de algo até então inédito no cinema brasileiro, as crianças, e também os adultos, encontrarão um filme bastante envolvente e curioso, em “31 Minutos”. O único senão é ao fato de a coleção ser mostrada como algo capaz de obcecar quem a faz ao ponto de ela fazer qualquer coisa para conseguir completá-la, sem lembrar que essa prática é extremamente educativa e ajuda a criança a ser mais organizada, além de possibilitar novas relações de convivência.

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