Diversidade, morte e confusões marcam Virada Cultural

Tumulto em show do Suicidal Tendencies. Confusões e violências também marcaram Virada Cultural 2012 (Foto: ©Rodrigo Dionísio/Folhapress) Uma multidão, estimada em 4 milhões de pessoas, que não costuma frequentar com […]

Tumulto em show do Suicidal Tendencies. Confusões e violências também marcaram Virada Cultural 2012 (Foto: ©Rodrigo Dionísio/Folhapress)

Uma multidão, estimada em 4 milhões de pessoas, que não costuma frequentar com regularidade o centro de São Paulo compareceu prestigiou a oitava edição da Virada Cultural, realizada entre as 18h do sábado (5) e as 18h do domingo ( 6). Mas se puderam confirmar como a região possui lindos e históricos edifícios e praças, e presenciar espetáculos variados, como malabare, pole dance e shows de astros nacionais e internacionais, também testemunharam aspectos bem menos positivos durante essas vinte e quatro horas, caso da violência e da sujeira.

Durante a apresentação da canção “Brigas Nunca Mais” pelos cantores Luciana Alves e Diogo Poças, às 22h30 de sábado, no Bulevar São João, foi registrada uma grande briga, que necessitou de intervenção policial. O resultado do show da banda norte-americana Suicidal Tendencies, na outra ponta da avenida São João, resultou na invasão da área reservada para convidados e para a imprensa. Várias pessoas ficaram feridas.

Na abertura do evento Chefs da Virada, no Elevado Costa e Silva, o Minhocão, à meia-noite de domingo, o que se viu foi praticamente uma horda de “famintos”, formada por cerca de 5 mil pessoas, que derrubou barras de segurança e armou a maior confusão para tentar apreciar gratuitamente um das 500 galinhadas preparadas pelo renomado chef de cozinha Alex Atala. Para completar, uma adolescente de 17 anos teve uma parada cardíaca e morreu a caminho do hospital. Fontes oficiais declararam que a mais provável causa foi consumo de drogas e álcool, pois foram encontrados 60 gramas de cocaína no bolso dela.

É verdade que shows como o do Titãs estavam bastante lotados, mas, ao mesmo tempo, era só caminhar pelos diversos pontos da Virada Cultural para notar que havia muita apresentação praticamente vazia. Os shows de encerramento, por exemplo, dividiram o público com algumas boas atrações, caso de Gilberto Gil, na Praça Júlio Prestes, e de Jair Rodrigues, no Bulevar São João. Também não houve um show de abertura, como em 2011, quando Rita Lee lotou a mesma Praça Júlio Prestes.

Enquanto Jair Rodrigues até plantou bananeira no palco e levou consigo um vaso de pimenta para homenagear a antiga parceira Elis Regina, morta há 30 anos, Gilberto Gil fez todo mundo dançar com seus maiores sucessos, prestou homenagem a Bob Marley. Ele também fugiu do pedido de parte da plateia para que se posicionasse com relação à decisão da presidente Dilma Rousseff com relação ao novo código florestal, mas exigiu a despoluição do rio Tietê, ao cantar “Punk da Periferia”.

Se Gretchen cometeu o mico de se apresentar com um playback riscado, alguns shows foram bastante elogiados, caso do próprio Titãs, do astro norte-americano Man Or Astro-Man?, Guilherme Arantes e o encontro de Cauby Peixoto & Angela Maria no Teatro Municipal.

Portanto, se faltou organização, a Secretaria Municipal de Cultura confirmou a adoção da política do pão e circo, em que prefere investir pesado em atrações para a Virada Cultural e voltar os olhos para o Centro em apenas dois dias do ano do que apostar numa política séria e permanente de ações culturais públicas, cujos resultados poderiam ser apresentados, inclusive, no próprio evento.

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