Os efeitos das mudanças climáticas podem causar sérios problemas na economia de uma cidade, inclusive na oferta e demanda. Por exemplo, se houvesse uma enchente, as pessoas não sairiam de casa para fazer uma compra grande em supermercados, prejudicando o rendimento econômico desses estabelecimentos em certo período. Tratamos deste tema em nota técnica na 24ª Carta de Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), cuja íntegra pode ser acessada em https://www.uscs.edu.br/noticias/cartasconjuscs.

No final de 2021, houve fortes chuvas em Santo André (SP). A água invadiu as lojas de comércio e a estação Prefeito Celso Daniel, Linha 10-Turquesa, impossibilitando a passagem de trens. A prefeitura relatou que em 30 minutos choveu o que se esperava para o mês inteiro de dezembro. A Federação do Comércio de Bens avaliou os danos causados, contando com os setores de compras, danos nas ruas impedindo a locomoção, funcionários com dificuldades de chegar ao local de trabalho ou de sair de sua casa. Houve prejuízo de R$ 110 milhões, o que representa 11% da média diária de vendas do varejo do mês, cerca de 0,4% do mês na capital.

Já na agricultura, as baixas temperaturas de São Paulo fazem com que os hectares de plantio sejam queimados pelas geadas. O presidente do sindicato rural menciona que o momento é preocupante, já que cerca de 2.000 hectares foram queimados pelo extremo frio. Nessa situação ocorrida em 2021, as indenizações para os produtores foram de R$ 1,7 bilhão. Os financiadores também são afetados pelo clima, pois a produção é a garantia do pagamento deles.

O aquecimento global

O aquecimento global é o grande culpado pelas mudanças climáticas, pois com a alteração na temperatura devido a alta concentração de gases do efeito estufa, ele pode mudar a distribuição das áreas de baixa e alta pressão, causando a diminuição das chuvas. Com ele, é possível observar mudanças inéditas em certas regiões, como o derretimento acelerado de geleiras em épocas atípicas do ano, além do aumento do nível do mar em determinados locais.

As ações humanas interferem nesse fenômeno, como por exemplo, na queima de combustíveis fósseis, no uso de transportes à combustão e em atividades industriais. Com o passar dos anos, ele pode ser intensificado ou pode ter seus efeitos reduzidos.

O questionário aplicado

O estudo que realizamos foi implementado pelo Google Forms entre os meses de outubro e novembro de 2022 na região do estado de São Paulo, e 47 pessoas se voluntariaram a respondê-lo. Foram as seguintes as questões elaboradas e as respectivas respostas.

Questão 1 – Para você, qual o grau de importância da presença da educação ambiental nas escolas?

Observou-se que 80,9% dos entrevistados (38 pessoas) votaram que  a presença da educação ambiental nas escolas tem um grau muito importante importante (medido de 1 a 5, a maioria escolheu 5, ou seja, muito importante). Ela é um direito de todos   os brasileiros e contribui para reforçar a relevância do cuidado com o meio ambiente, promover o consumo consciente, aumentar a qualidade de vida e preservar os recursos naturais para as futuras gerações. Com uma cultura sustentável, é possível desenvolver uma economia melhor. Nela, aprendemos a preservar a árvores, por exemplo, e elas são responsáveis por armazenar o gás carbônico (CO2), onde muitos são provenientes da queima dos combustíveis fósseis, dessa forma, auxiliam na diminuição dos efeitos do aquecimento global. Para que a população tenha informações como essa e saiba como conservar a natureza, é crucial a presença da Educação Ambiental nas escolas.

Questão 2 – Você aprendeu como separar o lixo reciclável adequadamente?

A reciclagem também contribui para acalmar o aquecimento global, visto que ela faz com que muitos processos químicos sejam evitados. Foi analisado que 55,3% dos entrevistados aprenderam a separar o lixo reciclável e separam diariamente. Porém, 40,4% mostram que não separam no dia a dia, enquanto 4,3% relataram não saber fazer a separação adequada dos resíduos.

Questão 3 – Atualmente, você acha que a população brasileira:

De acordo com o questionário, percebe-se que grande parte dos votantes relatam que a população brasileira vem negligenciando o meio ambiente (74,5%). Apenas 25,5% desses  acreditam que os brasileiros têm se importado mais com a natureza.

Questão 4 – Você acredita que o crescimento econômico traz impactos diretos à natureza?

A maioria dos votantes acredita que o crescimento econômico traz impactos à natureza (93,6%), enquanto 6,4% não vê relação alguma.

O crescimento econômico traz impactos à natureza, visto que a sociedade está em constante mudança e, com o aumento populacional, o consumo cresce de forma proporcional. Por exemplo, com o crescimento demográfico, são feitas novas construções, principalmente as verticais (prédios), essas retém muito o calor assim como o asfalto, o que contribui para o aquecimento da região. Dessa forma, formam as chamadas “ilhas de calor”, intensificando o aquecimento global devido o calor acumulado nos materiais.

Questão 5 – Uma empresa sustentável é mais bem sucedida.

Uma empresa que investe em sua sustentabilidade é mais bem sucedida, pois reduz os seus custos, contribui para a redução de impactos ambientas e incentiva inovações diárias para o próprio desenvolvimento. Isso tem atraído cada vez mais o mercado atual, pois além das empresas sustentáveis serem mais bem vistas sobre sua imagem, também levam vantagens em relação à competitividade nele.

Conforme a pesquisa, 76,6% das respostas se referem àqueles que concordam que uma empresa sustentável é mais bem sucedida. E, 23,4% não concordam com a afirmação.

Questão 6 – As mudanças climáticas alteram não somente a natureza, mas também a economia.

A maioria das respostas concorda com a tese da questão 6, representando 93,6% das respostas, sendo 6,4% referentes às pessoas que discordam.

As mudanças climáticas trazem consequências à natureza e também à economia. Na agricultura, há o prejuízo causado pelas chuvas fora de época, pelo calor intenso e inverno prolongado, fazendo com que danifiquem as plantações e atrapalhem as suas respectivas colheitas. Isso altera os valores dos alimentos, o que não incentiva a segurança alimentar da população. Por exemplo, se a colheita de morangos não render o necessário que deveria devido ao clima inadequado para a estação, é natural que ele fique mais caro no mercado, por ser uma fruta mais difícil de ser encontrada para o consumo adequado no momento, além de que grande parte do alimento acaba estragando em casos como esse. Com isso, ocorre a diminuição de demanda para os morangos, devido ao alto preço do produto, assim, o consumidor busca substituí-lo por outro alimento até que esteja apto a pagar pelo valor ofertado. Um dos eventos comuns no extremo frio é o congelamento do tecido das sementes, prejudicando o desenvolvimento delas.

Questão 7 – Um fator considerável para a mudança brusca do clima é o aquecimento global. Você acha que o ser humano tem responsabilidade sobre isso ou é um evento natural?

O aquecimento global é um grande culpado pelas mudanças climáticas, pois com a alteração na temperatura devido a alta concentração de gases do efeito estufa, ele pode mudar a distribuição das áreas de baixa e alta pressão, causando a diminuição das chuvas. Com ele, é possível observar mudanças inéditas em certas regiões, como o derretimento acelerado de geleiras em épocas atípicas do ano, além do aumento do nível do mar em determinados locais.

Noventa e três por cento das respostas referem-se às pessoas que assinalaram que o ser humano é responsável por esse fenômeno natural. E, 6,4% delas acreditam ser um evento natural.

As ações humanas interferem nesse fenômeno, como por exemplo, na queima de combustíveis fósseis, no uso de transportes à combustão e em atividades industriais. Com o passar dos anos, ele pode ser intensificado ou pode ter seus efeitos reduzidos.

Considerações finais

No referido estudo realizado,  levantamos que muitos acham que a população brasileira vem negligenciando o meio ambiente, jogando lixos em lugares não apropriados, não fazendo a separação correta deles, abusando do uso de combustíveis fósseis, entre outros.

Como poderíamos melhorar essa situação?

Pode-se incentivar a população a separar o lixo por orgânicos, recicláveis não perigosos, não recicláveis, não perigosos e perigosos. E, através de projetos escolares, incentivar as crianças a jogarem os lixos em seus devidos lugares, em vista que por meio da pesquisa, temos uma escala de 80,9% de importância para a educação ambiental nas escolas.

Atualmente, um dos maiores problemas ambientais é o aquecimento global, que acaba ocasionando degelo, aumento dos níveis do oceano, desertificação e entre outros fenômenos.

O aquecimento global causa vários impactos na economia, como prejuízos à produtividade agrícola, fazendo com que alimentos específicos fiquem com o preço exorbitante e sejam difíceis de serem encontrados no mercado.

Para evitarmos o aumento do aquecimento global temos algumas opções: Consumir menos carne (tendo em vista que a agropecuária é o principal meio que emite mais gases de efeito estufa no Brasil), optar por alternativas mais sustentáveis de meio de locomoção (como bicicletas ou transportes elétricos), produzir menos lixo diariamente, entre outros.

Rogério Lopes, Graduado em Ciências Econômicas. Pós-graduado em Administração Financeira e Mestre em Administração com ênfase em Gestão de Negócios. Professor da Escola de Negócios da USCS na forma presencial e em EAD. Isis Gilioli Freire, Laura Sandoval Vieira e Maria Eduarda de Sousa Paiva, alunas do curso de Administração da USCS.