Desenvolvimento em foco

Por que fazer diagnóstico da gestão empresarial de uma pequena ou média empresa?

Vale investir um tempo para repensar os modelos de gestão e fazer aperfeiçoamentos para atuar em um mercado cada vez mais competitivo e exigente

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É importante ter informações gerenciais à mão que permitirão a tomada de decisão, corrigindo rumos do planejamento

Se você conseguiu manter sua empresa operando e viva até o presente momento, parabéns, pois segundo pesquisa realizada pelo Facebook e divulgada pela Agência Brasileira de Notícias em abril deste ano, 24% das empresas do mundo fecharam suas portas neste momento de pandemia da covid-19.

Antes que o negócio sofra um revés, e mesmo que na atualidade as coisas estejam indo bem, é aconselhável investir um tempo para repensar os modelos de gestão em curso para fazer aperfeiçoamentos que podem dar maior musculatura para atuar em um mercado cada vez mais competitivo e exigente.

Famílias de empresários encaminham seus filhos para estudar administração, contabilidade, comércio exterior e economia, na expectativa que eles sejam a futura geração a tocar os negócios. Porém, não se preparam para receber sugestões dos filhos enquanto ainda são estudantes ou recém-formados, quando querem introduzir mudanças na organização. Novas mudanças, quando bem introduzidas na organização e aperfeiçoadas no tempo, têm o potencial de manter ou elevar a competitividade da empresa e a isso denominamos de predisposição para a profissionalização da gestão.

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A profissionalização, ao ser iniciada, deve ser mantida para vencer os avanços e retrocessos que acontecem naturalmente. De acordo com Bazzo (2021), em matéria na revista Exame, ações básicas na área financeira podem evidenciar para o empresário porque sua empresa vende, mas no final do mês as contas não fecham. A autora recomenda investir sempre na inovação dos processos e produtos e cuidar de quatro indicadores: 1- A margem de contribuição, para saber o quanto cada venda realizada ajuda a pagar as despesas e custos fixos do negócio. 2-  O ponto de equilíbrio, para saber qual o mínimo a ser vendido que cubra os custos fixos e variáveis. 3- A lucratividade, para saber a porcentagem do que sobra para a empresa depois de pagar todas os custos e despesas, inclusive os impostos. 4- O valor do ticket médio para se conhecer o quanto cada consumidor gasta na empresa.

Tendo indicadores em mãos, a empresa já estará se encaminhando para sair do desconhecido e caminhar para a profissionalização. Dessa forma, Lodi (1993) afirma que a profissionalização acontece dentro de uma empresa familiar ou tradicional quando se assumem práticas administrativas mais planejadas e menos personalizadas, tendo por base fatos e informações racionais.

Lodi (1996) citado por Uller (2002) argumenta que a profissionalização nas pequenas empresas, via de regra, acontece de três formas: êxito na integração de profissionais familiares na direção e na gerência da empresa; na adoção de práticas administrativas mais racionais; e em recorrer a consultorias e assessorias externas quando necessário. As consultorias podem ser importantes pontos de apoio para a redução de custos e alavanca para a inovação.

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É importante se saber no aspecto do planejamento como a empresa captura informações externas e internas, as processam, estabelece objetivos, metas e indicadores que permita, posteriormente, se fazer um controle sobre o realizado.

Algumas empresas se saem bem no planejamento, mas depois se perdem na organização, não sabendo como distribuir as tarefas frente a sua capacidade instalada, ou concentram a autoridade, com receio de delegar poder aos níveis abaixo da estrutura da organização.

Elas estão aprendendo que o investimento em novas tecnologias, na preservação do meio ambiente, no cumprimento da legislação e no tratamento digno de seus colaboradores são aspectos que pavimentarão o acesso ao futuro sem sobressaltos.

É importante se ter informações gerenciais a mão que permitirão a tomada de decisão, corrigindo rumos do planejamento. Ter uma gestão financeira e os registros contábeis profissionalizados exigirá disciplina e ausência de atropelos a quem estiver com a responsabilidade de cuidar das contas da empresa.

Nas vendas ganhou força na pandemia o canal virtual e o delivery, ação que poucas empresas praticavam anteriormente e que tudo indica irá continuar no tempo, mesmo com o retorno do atendimento presencial. No entanto, o consumidor estará disposto a pagar preços maiores se identificar benefícios na aquisição.

Nas operações, a confiabilidade na qualidade do produto ou serviço prestado e na logística de entrega continuarão a ser determinantes no reforço do relacionamento com o consumidor.

Nas relações com os colaboradores, garantir competências e comprometimento mesmo se o trabalho a distância for mantido, é uma das condições para que a produtividade seja mantida. A liderança da empresa é a responsável por criar um clima sadio, além dos aspectos de remuneração, incluindo os benefícios, desenvolvimento, treinamento e preservação da saúde (principalmente nessa época de pandemia).

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No comando da empresa as estratégias devem ser estabelecidas de forma colegiada, incluindo aspectos relacionados a sucessão e a minimização de riscos ao negócio.

Para tudo funcionar, a mudança de uma empresa tradicional para uma empresa profissionalizada se inicia com a vontade de quem detém o poder maior, ou seja, o proprietário ou seu preposto, mas exigirá para se atingir o grau de maturidade, muita persistência e determinação nos propósitos. Não será do dia para noite, sendo esse um processo a ser desenvolvido. 

Para finalizar, até os anos 90 do século passado a palavra de ordem era qualidade, e hoje a palavra de ordem é inovação. Uma empresa que pretenda ter perenidade no século XXI precisa inovar. A inovação deverá acontecer no produto, serviço, processo, sistema, atendimento, entrega, pagamento, show-room, vendas, assistência e assim por diante.

No entanto, para se profissionalizar nessa área, alguns conhecimentos serão importantes: devo investir em desenvolvimento ou comprar licenças de uso? O que devo saber sobre registro de propriedade intelectual para proteger aquilo que for de minha autoria? Como obter recursos para financiamento para projetos de inovação?  De que maneira uma universidade poderia nos apoiar nesse caminho? Como outros tipos de organização, a exemplo de consultorias poderiam ajudar a empresa a chegar até esses recursos e a se modificar?    

Diagnóstico estruturado

É provável que você tenha ficado instigado com as provocações constantes nesta matéria e, havendo interesse, o convidamos a participar do evento gratuito que a USCS realizará no dia 8 de julho, das 9h às 11h, inscrevendo-se pelo link: https://www.uscs.edu.br/noticias/diagnostico. E que dará condições de você conhecer seu estágio de competitividade a partir da realização de um diagnóstico estruturado.

Nesse contexto, a USCS coloca sua expertise à disposição das empresas de qualquer segmento, sobretudo para as de pequeno e médio porte, oferecendo um diagnóstico individualizado, que permita a cada uma delas se conhecer melhor e se preparar para os desafios concorrenciais e inovativos  no médio e longo prazos.

Na fase 1, a empresa, após participar do evento do dia 8 de julho, responderá a um instrumento de diagnóstico desenvolvido em plataforma digital.

Na fase 2, a USCS, após o processamento das informações recebidas, devolverá a cada empresa respondente um relatório personalizado.

Já na fase 3, completando o ciclo proposto, será realizado um novo encontro com o objetivo de discutir os resultados gerais da Região do Grande ABC em relação aos quais cada empresa poderá comparar seu diagnóstico individual, já recebido, e, assim, buscar possíveis encaminhamentos para a solução dos eventuais problemas detectados. Até breve!


Sobre os autores

Eduardo de Camargo Oliva é pós-doutor e doutor em Administração pela FEA/USP, mestre pela PUC-SP e especializado na área de RH pela EAESP-FGV. É diretor de área Stricto Sensu e professor do Mestrado e Doutorado em Administração na Universidade Municipal de São Caetano do Sul.

Susana Helena Campos é administradora, MBA pela FEA/USP em Gestão Estratégica de Pessoas, especialização em e-learning e Planejamento Estratégico e Grafologia. Pós-graduada em Transdisciplinaridade pela Unipaz, Psicologia Transpessoal pela ALUBRAT, Constelação Sistêmica pela USCS.


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