Ariovaldo Ramos

A estrutura de guerra dos gabinetes da mentira exige reação da sociedade

Além de escancarar a falsidade, impondo a verdade contra a mentira, é preciso incriminar o mentiroso, levá-lo ao banco dos réus. É o mínimo que esperamos, por exemplo, da CPI do genocídio

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Capa falsa do new york times distribuída pela indústria bolsonarista de notícias falsas

Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade (2 Co 13:8). Não há dúvida quanto a esta afirmação. A verdade é eterna por definição. Entretanto, quantas vezes a verdade terá de ser dita e repetida até derrubar a mentira? Esta é a questão que deve ocupar a nossa atenção na luta contra o que tem sido chamado de “notícia falsa”. E aqui se encontra o grande problema: é uma mentira que se apresenta com o aparato da notícia. Ou de, aparentemente, defensável política, dando ares de credibilidade. É mais do que uma mentira proferida por qualquer motivo, trata-se de uma urdidura.

Quem tem acesso aos gabinetes que a elaboram percebe que se trata de uma estrutura de guerra, aliás, tem sido tratada como parte do que é chamado de “guerra híbrida”.

Daí, nada é mais urgente do que denunciar e desqualificar a “notícia falsa” ou o arremedo de política, tão logo ela seja detectada. Muitas vezes, essa desqualificação se encontra no corpo da notícia, às vezes de forma grotesca, como a falsa manchete do New York Times, que continha um erro crasso de inglês na construção da frase título. Outras vezes, essa detecção, principalmente, no caso do desvio político, é mais difícil dada a sofisticação, principalmente, quando é recheada de pseudos dados ou pesquisas.


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A sociedade pode e deve agir em relação a essa onda de falsificações e desvios chamando a atenção para o fato de que a certeza da vitória da verdade não pode substituir a denúncia da mentira e a disciplina do mentiroso.

O que muitas vezes tem acontecido é que, mesmo depois que a mentira é desmascarada, o mentiroso não é disciplinado, e continua a produzir mentiras na odiosa tentativa de “fazer colar” uma inverdade, em vista de objetivos, obviamente, escusos.

A disciplina ao mentiroso consiste em incriminá-lo e despojá-lo de qualquer credibilidade. Isto significa, para além de escancarar a falsidade, impondo a verdade, denunciar e incriminar o mentiroso, levá-lo ao banco dos réus. É o mínimo que esperamos, por exemplo, da CPI do genocídio.

A mentira tem fôlego curto, mas, produz desastre a cada respiração, por isso tem de ser calada o mais rápido possível.


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Este artigo não reflete reflete necessariamente a opinião da Rede Brasil Atual


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