Distritão: a mais nova jabuticaba da direita para manter sua boquinha
Distritão é favorecer o poder dos que possuem fortunas, dos que manuseiam dinheiro vivo. A lavagem de dinheiro fará ainda mais mandatos Brasil afora
Publicado 21/04/2021 - 10h53
A mudança do sistema de votação para cargos proporcionais (deputados federais e estaduais e vereadores), em gestação por partidos de direita no Congresso Nacional, é mais uma tentativa de golpe na já tão atacada democracia brasileira. O “distritão”, como está sendo chamado o modelo, busca romper com o princípio da representatividade proporcional.
Significa dizer que as pequenas regiões nos estados estarão condenadas a não mais eleger representantes para o Congresso Nacional ou para as assembleias legislativas. É uma questão matemática. As regiões mais populosas terão sempre os candidatos mais votados. Haverá uma hiper concentração de representatividade.
A proposta também busca evitar a renovação. É claro que aqueles que já são deputados ou deputadas têm mais exposição do que aquelas pessoas que buscam o seu primeiro mandato. Ou seja, a ideia nada mais é do que querer defender o seu próprio interesse. Nada tem de aprimorar o sistema. Querem, na verdade, a manutenção das suas boquinhas.
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Os defensores dessa proposta querem transformar a política em um palco de celebridades. Onde a história política das pessoas – sejam de qual matiz ideológico for – passa a não ter valor. Transformam os partidos políticos, ainda mais, em cartórios que recepcionam personalidades, que eleitos geram recursos do fundo partidário para suas direções. É o fim da política.
Aprovar o “distritão” também é favorecer o poder econômico daqueles que possuem fortunas, ou, o que é pior, dos que manuseiam dinheiro vivo. Aliás, gente que vive, em sua imensa maioria, à margem da lei. Com isso, o crime organizado e outros segmentos que lidam com fortunas em dinheiro vivo, que infelizmente já estão presentes na política brasileira, ficarão ainda mais fortes. A lavagem de dinheiro fará ainda mais mandatos Brasil afora.
A bancada do PT no Congresso Nacional tem posição firme contra esta proposta. Mas não será suficiente para barrá-la, se não houver uma forte mobilização contra. Por isso, é importante que nossa militância faça esse debate. Que mostre que estão querendo evitar o surgimento de novas lideranças, condenando os segmentos sociais e as pequenas e médias cidades a não terem mais representantes para defender os seus legítimos interesses.