Quando o caos vira método. Por Ariovaldo Ramos
É notório que o caos é o método de ação do governo. Na pandemia, na política externa, na educação, na economia, na comunicação
Publicado 26/09/2020 - 09h24
A Bíblia diz que Deus, depois de ter criado o universo, veio ao planeta, que chamamos de Terra, que Ele chamou de Éden (lugar de delícias). Era, de fato, água, e Deus o encontrou em estado caótico. E Deus configurou o planeta para que a vida se desenvolvesse. E Deus estabeleceu um principio operacional: Tudo pela vida! Ao ser ofendido com o discurso do presidente, na abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas, me dei conta, somadas todas as ações deste mandato, do principio operacional deste governo: é tudo pelo caos! É notório que o caos é o método de ação do governo, em questão, por mais contraditório que isso seja, por definição.
O mundo ficou chocado com as declarações insustentáveis do presidente da República brasileira. O que o mundo, talvez, não saiba é que tem sido, sistematicamente, assim… o caos!
A gente percebe que tudo é sem forma e vazio, frase que a Bíblia usa para descrever o caos, Nada das ações desse governo se conecta com qualquer coisa, seja o que for. São ações desconexas entre si.
O caos é, portanto, paradoxalmente, o método:
Manifesta-se no combate à pandemia, que o presidente elogiou enquanto, de fato, o povo ficou e está entregue à sua própria sorte. Guiado pelo vatícinio do presidente: “E daí? Lamento, mas, todo mundo morre!”
Na condução da pretensa política econômica, que foi aplaudida enquanto o PIB despenca, assim como o emprego, a indústria e os serviços, com recordes de demissões e de falências, e com fuga recorde de investidores estrangeiros
E manifesta-se ainda na pretensa política agrária que festeja uma super safra enquanto aumenta a carestia, o envenenamento em massa e a desertificação da terra.
O caos como método também se manifesta
- Na pretensa política ambiental que foi exaltada no discurso. Enquanto o pantanal, a Amazônia estão em chamas, e os demais biomas estão sob ação de devastadores.
- Na ausente política civil que atenta contra os povos originários, os pobres, a igualdade racial e de gênero e contra a laicidade do Estado.
- No aprofundamento da ineficácia da política de segurança pública, dando ensejo para o crescimento ostensivo de organizações criminosas.
- Na desorganização das relações democráticas e diplomáticas.
- Em uma pretensa política de desenvolvimento, cujas ações se chocam e se autoanulam. Onde as pseudo-soluções provocam maior pobreza, ou propõem fomento que tropeça na extinção de recurso para o mesmo.
Esse governo estabeleceu um estado de contradição permanente: o caos como método.
Tudo isso encoberto por um sarcasmo agressivo e irritante. Por exemplo: o presidente que prometeu colocar no STF um operador do direito terrivelmente evangélico. E estabeleceu como condição para tal indicação ao Supremo, que o candidato seja seu colega de “tomação” de cerveja.
Tem-se a impressão que estamos sobre terra que treme o tempo todo. De modo que ninguém consegue ficar em pé tempo suficiente para, ao menos, decidir para onde ir.