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Pesquisa CUT/Vox estimula combate a fake news e militância por virada

A denúncia da fábrica de mentiras pró-Bolsonaro reforça a suspeita de que a maioria de seus eleitores foi enganada. Com manifestações neste sábado e nove dias de campanha, a verdade pode vencer

Mídia Ninja

A publicação da pesquisa CUT/Vox na manhã desta sexta-feira (19) animou a militância em torno da candidatura de Fernando Haddad. Os números de Jair Bolsonaro (53%) e Fernando Haddad (47%), uma diferença de 6 pontos percentuais, tendo como 2,2% na margem de erro, torna matematicamente viável a virada. A pesquisa traz outras diferenças em relação aos levantamentos divulgados por Ibope e Datafolha esta semana. Nos dois institutos os brancos nulos e indecisos somam de 11% a 15%. No Vox, esse percentual chega a 20%.

Outro detalhe a se observar é que os entrevistados que cravaram ter certeza do voto, 89% segundo pesquisa CUT/Vox, não tinham ainda conhecimento da denúncia de crime eleitoral por uso de caixa 2, dinheiro empresarial em campanha e uso de listas de propagação em massa de fake news por WhatsApp.

Um dos grandes desafios dos eleitores que temem a eleição de Bolsonaro pelo retrocesso social e civilizatório que ela pode representar, ainda que não sejam necessariamente eleitores do PT – é mostrar aos que optaram pelo ex-militar que estão sendo manipulados por uma fábrica de mentiras meticulosamente montada por especialistas. A denúncia da corrupção e do crime eleitoral praticados pelas empresas e pelo candidato do PSL torna-se uma forte ferramenta de convencimento.

Se 11% ainda se declaravam passíveis de mudança de voto, esse percentual pode se ampliar na medida em que esta denúncia se propagar. Sobretudo se o Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral empreenderem ao caso a agilidade que ele exige, e que não vem sendo vista em outras denúncias – já que as possíveis irregularidades vêm sendo expostas há muito mais tempo. O escândalo pode ser um estímulo aos outros 20% que dizem pretender votar em branco, nulo ou ainda se declaram indecisos.

Todas essas probabilidades mostram o caminho a ser perseguido pela frente democrática composta de partidos, movimentos e cidadãos empenhados em levar a campanha de Haddad a uma virada.

No terreno da rejeição (38% de rejeição a um deputado boquirroto e inoperante e 41% a um ex-ministro da Educação e ex-prefeito com reconhecimento internacional), a pesquisa mostrou ainda os efeitos da campanha pesada para inflar o antipetismo que, mesmo sendo a legenda mais admirada pelos eleitores, carrega também a maior carga de rejeição.

O objetivo de mostrar a realidade da candidatura violenta de Bolsonaro deve inserir, como contraponto, um reforço à lembrança das conquistas sociais nos governos do PT. Apagar os feitos e fazer sobressaírem os carimbos de corrupção, comunismo e questões morais tem sido o principal objetivo dos disparos criminosos no WhatsApp.

A publicação da pesquisa atingiu elevado índice de compartilhamentos – perto de 80 mil apenas pela página da RBA em quatros horas –, além do forte acesso pelas ferramentas de busca e da reprodução em diversas outras páginas. Um sintoma de que as pessoas estão em busca de informação diferente das que encontram pelos meios comerciais e em outras pesquisas. E também em busca de estímulo e esperança para seguir no combate.

A pesquisa CUT/Vox gestou a manhã animadora nesta sexta-feira. E pode energizar as manifestações contra Bolsonaro marcadas para este sábado em vários cantos do país.

Esse efeito pôde ser notado também no trabalho de “formiguinha” encontrado em grupos de WhatsApp pró-Haddad, que podem ser considerados “amadores” ante a estrutura milionária montada pelos grupos econômicos e ideológicos para o adversário, mas que se diferenciam pela entrega apaixonada em defesa da democracia e dos direitos sociais que custaram suor e sangue de muitas gerações.

A nove dias da eleição, os que estão do lado certo da história na luta pelo avanço civilizatório do país demonstram que a batalha da eleição de 2018, a mais suja de todos os tempos por parte dos que apostam na barbárie, ainda não acabou.

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