Brasil Real

Foi bonita a festa, Pá

Mais do que demonstração de força, a greve tem um momento mágico: mostra aos próprios trabalhadores a força que eles têm

Twitter/Instituto Lula

A luta pela restauração da democracia precisa da mobilização de setores cada vez mais amplos da sociedade

A greve, mais que demonstração de força, tem um momento magico. Ela mostra aos próprios trabalhadores a força que eles têm. Revela, de forma clara, que quem produz todas as riquezas do país, são os trabalhadores. Que é o trabalho e não o capital, o responsável pela geração dos bens que a sociedade tem. Que quando os trabalhadores param, para a economia, para a sociedade.

 A greve geral foi linda! Foi um momento extraordinário da história do Brasil! Foi acalentada há muito tempo. Muita gente achava que, uma vez deflagrada, cairia o governo. Ela não tem todo esse poder, mas foi um momento de virada na história das lutas do povo brasileiro pela democracia, pela rejeição das leis contra os direitos dos trabalhadores, pela recuperação do direito do povo decidir, democraticamente, através de eleições diretas, o futuro do Brasil.

Foi lindo ver o Brasil em greve, as cidades com ar de domingo, as grandes concentrações nas praças e ruas do pais, a festa da democracia do povo dizendo sua palavra, cantando e dançando, ocupando a praça que é sua, “como o céu é do condor”, nas palavras de Castro Alves. Foi lindo ver a cara das pessoas, jovens, idosos, mulheres, homens, negros, brancos, indígenas, LGBT, artistas, todos unidos nas ruas, lutando pelos seus direitos.

Esse é o Brasil real, escondido diariamente pela mídia que defende o presidente que tem 4% de apoio. Essas são as caras do povo brasileiro, que não está nas telenovelas, nem nos shopping-centers, nem nas publicidades sofisticadas para vender a última moda para as elites.

Lá veio o Brasil, descendo a ladeira, ocupando as ruas e praças, se reapropriando dos espaços públicos, mostrando como esse Congresso não representa a sociedade brasileira, como o golpe foi dado para impor os interesses dos 4% sobre os interesses do povo e do país. Foi muito lindo o povo se vendo a si mesmo protagonizando a história, ocupando o seu lugar, deslocando as elites que acham que mandam no país.

Porque a consciência de classe tem na greve um momento determinante, mas também no protagonismo público, na aparição pública de todo mundo junto, unidos por ideais, por defesa de direitos, pela defesa do Brasil. Momento em que todos se veem, em que cidades distantes podem mostrar sua identificação com a luta de todos, em que religiosos, músicos, jovens, LGBT, todos, manifestam sua disposição de luta e de solidariedade.

Agora a luta pela restauração da democracia precisa seguir esse caminho de mobilizar a setores cada vez mais amplos da sociedade em torno dos seus interesses específicos em risco, mas articula-los com a luta mais geral pela democracia, pelo direito do Lula ser candidato, contra o governo golpista.

A festa foi linda, Pa’! Jã não seremos como éramos antes. Estamos mais fortes para construir o amanhã. Trabalhadores unidos ao conjunto do povo é caminho de vitória!