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Globo é alvo de protestos; e seus colunistas invocam 1964

Mídia Ninja Movimentos fizeram protesto em frente à sede da Globo hoje (5) no Rio Dois dos principais porta-vozes da família Marinho, Ricardo Noblat e Merval Pereira, publicaram textos apontando […]

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Movimentos fizeram protesto em frente à sede da Globo hoje (5) no Rio

Dois dos principais porta-vozes da família Marinho, Ricardo Noblat e Merval Pereira, publicaram textos apontando que as Forças Armadas estão de prontidão para fazer o serviço de organizar o país.

Um texto complementa o outro, até porque a voz que os ditou é a mesma. Artigos como esse são escritos na mesa do dono.

Vamos a trechos:

Noblat:

“A crise ganhou um novo componente. Ele veste farda e tem porte de arma. Sua entrada em cena, ontem, foi o fato mais importante do dia em que o país quase parou, surpreso com o que acontecia em São Paulo.

“Os generais estão temerosos com a conjugação das crises política e econômica e com o que possa derivar disso. Cobram insistentemente aos seus interlocutores do meio civil para que encontrem uma saída.”

“Não sugerem a solução A, B ou C. Respeitada a Constituição, apoiarão qualquer uma – do entendimento em torno de Dilma ao impeachment ou à realização de novas eleições. Mas pedem pressa.”

“Por inviável, mas também por convicções democráticas, descartam intenções golpistas. Só não querem se ver convocados a intervir em nome da Garantia da Lei e da Ordem como previsto na Constituição.”

Merval:

“Os confrontos entre petistas e seus adversários políticos nas ruas de diversas capitais do país, enquanto Lula depunha na Polícia Federal, insuflados por uma convocação do presidente do PT Rui Falcão, acendeu a luz amarela nas instituições militares, que pelo artigo 142 da Constituição têm a missão de garantir a ordem pública.”

“O fato de terem oferecido apoio às autoridades civis mostra que, ao contrário de outras ocasiões, os militares não estão dispostos a uma intervenção, que seria rejeitada pelas forças democráticas, mas se preocupam com a crise e se dispõem a auxiliar as autoridades civis em caso de necessidade.”

“As milícias petistas mobilizadas na confrontação física nas ruas podem transformar o país em uma Venezuela, e quanto mais os fatos forem desvelados, mais a resposta violenta será a única saída.”

Perceba que na narrativa de ambos são sugeridos “alertas” e apresentadas justificativas para uma ação militar em nome de garantir a ordem pública e a paz social.

Ao mesmo tempo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publica hoje um artigo na página 2 do Estadão com o título “Cartas na Mesa”. O tópico frasal é: “É preciso abrir o jogo: não se trata só de Dilma ou do PT, mas da exaustão do atual arranjo político brasileiro”.

Isso pode ser entendido como um sinal para o diálogo.

Mas no meio do texto o ex-presidente depois de falar de tudo que poderia ser feito, solta um parágrafo assim:

“Agora é tarde. Estamos em situação que se aproxima à da Quarta República Francesa” (…). Aqui as Forças Armadas, como é certo, são garantes da ordem, e não atores políticos.”

Parece um sinal de que o ex-presidente sentiu o cheiro de queimado e topa agir como bombeiro. Mas também pode ser um sinal para o PSDB de que os ateadores de fogo já estão na rua e que para se preservar como solução o partido não deve ajudar no serviço sujo.

E no final do artigo FHC coloca na mesa a solução do semi-parlamentarismo. O que no meio de um mandato é também um golpe branco.

Ao mesmo tempo que isso acontece, recebo um alerta de um leitor que me envia, inclusive, o comunicado que um general das Forças Armadas teria enviado a membros do alto comando da corporação.

A Fórum vai checar a autenticidade da mensagem antes de publicá-la. Mas ela teria sido enviada a militares da reserva pró-ativa e chamaria a atenção para a atual situação política do país.

O militar que recebeu o texto na Europa disse que após isso houve um encontro presencial com a tropa onde o alto comando teria inflamado a tropa e reclamado da falta de recursos.

Enfim, são muitos sinais de que um pré-64 está em curso. E, de novo, com apoio das Organizações Globo, que sempre esteve no mesmo lugar da história.

A foto que ilustra essa matéria é de uma manifestação que ocorreu há pouco na frente da emissora no Rio, com aproximadamente mil pessoas. Na segunda, no Sindicato dos Jornalistas, em São Paulo, haverá um ato contra a postura golpista da Globo. Num momento como esse em que está em jogo o processo democrático não se pode errar o alvo.

Moro é apenas uma peça no tabuleiro, a Globo é o golpe.