Mais Médicos

Partidarizar programa que beneficia um terço da população é crime de lesa-pátria

É um acinte projeto da oposição contra o Mais Médicos; 462 cidades administradas pelo PSDB fazem uso do programa

Antonio Cruz/Agência Brasil

Médicos cubanos integrantes do Mais Médicos estão presentes em cerca de 2.700 municípios do Brasil

O Mais Médicos é um programa disseminado por todo o país, mas há parlamentares do PSDB, em Brasília, deputados e senadores, que querem derrubar esse programa que faz tão bem a tantos e tantas brasileiros e brasileiras.

O programa conta, hoje, com 18.247 médicos que atuam em mais de 4 mil municípios do país. Neste ano, o número de brasileiros a serem atendidos vai chegar a 63 milhões. O atendimento dos médicos inscritos no programa chega, inclusive, a ser personalizado, segundo a metodologia do sistema ‘médico da família’. O médico no município, principalmente nos menores e mais carentes, vai à família, conhece as pessoas pelo nome e, portanto, não cuida tanto da doença, cuida da prevenção. Ou seja, é aquele médico que nos ajuda a evitar que fiquemos doentes.

Nós sabemos que a saúde é um direito, mas a sua progressiva mercantilização está pondo em risco a vida de milhões e milhões de pessoas que não podem pagar pelo tratamento, inclusive no Brasil.

Uma pesquisa que foi feita pela UFMG constatou que 95% das pessoas que se beneficiam do programa estão satisfeitas com a atuação dos médicos, sendo que 84% desses médicos estão localizados no Norte e Nordeste do Brasil. Naquelas regiões, 86% dos municípios têm, ao menos, 20% de sua população em situação de extrema pobreza.

É bom observar que nas vagas disponibilizadas pelo programa sempre a prioridade coube, e continua cabendo, a médicos brasileiros. A questão é saber se os médicos brasileiros querem se meter no interiorzão do país.

Como os médicos brasileiros que se inscreveram no programa são insuficientes para atender à população, o governo federal destinou as demais vagas a brasileiros graduados no exterior e, só então, se esses ainda não preencherem todas as vagas, a médicos estrangeiros.

Há profissionais de 50 nacionalidades atuando hoje, no Brasil. Os cubanos são a maioria. São cerca de 14 mil, e estão presentes em 2.700 municípios. Em geral, municípios pobres e distantes dos grandes centros urbanos, onde, infelizmente, muitos médicos brasileiros não querem ir.

Os médicos cubanos trazem grande experiência de solidariedade e cooperação internacionais, já que Cuba, hoje, presta serviços médicos a 67 países. Até o governo dos EUA elogiou a atuação dos profissionais da saúde de Cuba no combate à epidemia de ebola, na África, e se saíram muito bem, reduzindo drasticamente a epidemia.

E não são apenas médicos que o Brasil importa de Cuba. Além do medicamento para hepatite B, desde o governo Collor, o Brasil compra de Cuba a vacina de combate à meningite, única no mundo. Nenhum outro país descobriu a fórmula dessa vacina.

Portanto, esse projeto, ora apresentado no Senado, contra o Mais Médicos, na verdade, é um acinte a tantos brasileiros que, pela primeira vez, estão recebendo atendimento domiciliar de saúde.

Todos nós sabemos. O direito à saúde está acima de ideologias. Partidarizar um programa que traz benefícios a quase um terço da população brasileira, considero um crime de lesa-pátria. O programa que, neste ano, vai chegar a mais de 72% dos municípios do país atende a prefeituras de todos os partidos, inclusive do PSDB, que defende esse projeto contra o programa, no Senado. São 66% das cidades administradas pelo PSDB, trocando em miúdos, 452 cidades abraçaram o programa Mais Médicos.

Cuba conta, hoje, com 6,9 médicos por cada mil habitantes. É um dos maiores índices do mundo. Para se ter uma ideia, o Brasil possui apenas dois médicos para cada grupo de mil habitantes, e nos EUA, 3,2 para cada mil.

Com a reaproximação de Cuba e dos EUA, se prevê que milhões de norte-americanos, de olho no turismo médico, vão viajar com a possibilidade de se tratar em Cuba, já que nos EUA o acesso ao sistema médico-hospitalar é muito caro e difícil para quem não dispõe de grana.

O convênio do Brasil com Cuba é monitorado pela Organização Pan Americana de Saúde, que é um braço da Organização Mundial de Saúde para as Américas. A Opas tem uma experiência de 110 anos de serviços prestados e uma longa tradição de seriedade e qualidade.

Portanto, vamos defender a saúde do nosso povo. Vamos tomar a defesa do programa Mais Médicos, que só bem em saúde está trazendo a nossa gente.