Dilma no Roda Viva: sem ‘cara de ué’

Dilma em entrevista ao Programa Roda Viva (Foto: Roberto Stuckert Filho) A candidata do PT à presidência da república, Dilma Roussef, foi a entrevista da segunda-feira (28) do programa Roda […]

Dilma em entrevista ao Programa Roda Viva (Foto: Roberto Stuckert Filho)

A candidata do PT à presidência da república, Dilma Roussef, foi a entrevista da segunda-feira (28) do programa Roda Viva, da TV Cultura, transmitido também pela rede de TVs educativas do país.

Dilma respondeu questões sobre o PAC, reformas tributária e política, cidadania e expôs de maneira geral – e com segurança – alguns pontos de sua plataforma de governo.

Um momento que causaou alguma tensão foi quando o editor-executivo do jornal Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila  questionou a candidata sobre o caso do dossiê que reuniria informações sobre José Serra e supostamente teria sido encomendado pela campanha de Dilma.

Ela agradeceu a oportunidade de, novamente, esclarecer o caso. Voltou a dizer que o que existe é uma reportagem investigativa – encomendada pelo jornal o Estado de Minas – há cerca de dois anos, conforme a própria Folha já publicou em uma de suas matérias sobre a polêmica. E que o jornalista responsável pelo material não foi contratado posteriormente nem pelo PT, nem pela empresa responsável pela campanha da candidata. Tampouco que o que foi chamado pela Folha de dossiê tenha sido adquirido para ser usado durante a campanha.

Por fim, Dilma afirmou que a Folha de S.Paulo faz acusações sem trazer as provas a público, o que  desqualifica a reportagem e dá à campanha a alternativa de processar o jornal. “Não fazemos isso (processar o jornal) porque respeitamos a liberdade de imprensa, mas consideramos que a Folha faz acusações infundadas”. A candidata finalizou o assunto cobrando de Dávila que o jornal mostre as provas e indique as fontes de suas acusações.

Além de discorrer sobre as propostas do partido em seu eventual governo, Dilma protagonizou um momento de descontração durante a entrevista, quando afirmou que o presidente Lula recebeu o país – em 2003 – com inflação de dois dígitos, índices elevados de desigualdade social etc.

Um dos jornalistas lembrou-lhe que, no início do mês, durante uma entrevista a uma rádio do interior de São Paulo, Dilma afirmou que, antes de Lula, o país ‘estava afunhanhado’, usando uma expressão antiga – quem tem perto de 50 anos, lembra que essa palavra foi bastante usada no estado até cerca do início dos anos 70.

O termo foi usado por parte da imprensa para tentar novamente atacar a candidata, que no Roda Viva explicou que a expressão era usada para descrever uma situação “de desemprego, estagnação e desigualdade muito forte”.

Dilma encerrou o assunto lembrando que há uma expressão ainda usada em Minas Gerais que traduz ainda melhor o que quis dizer: ‘cara de ué’

“Cara de ué é uma síntese mineira (como a candidata) para transmitir surpresa e perplexidade.”