Nem tudo são boas notícias para o presidente Lula. Não bastasse os Estados Unidos alegarem que o acordo assinado com o Irã não é lá essas coisas e O Estado de S. Paulo mostrar por A + B que o real protagonista da questão é a Turquia, o chefe de Estado brasileiro vem despencando nas pesquisas de intenção de voto.

Dois levantamentos, um divulgado no sábado (15) e outro nesta segunda-feira (17), apontam que o presidente não iria nem para o segundo turno se as eleições fossem hoje. De acordo com a Sensus, a intenção de voto espontânea em Lula passou de 18,7% em janeiro para 9,7% em maio, ou seja, ele foi reduzido praticamente à metade. A Vox Populi, divulgada no sábado, mostrou recuo igualmente alarmante. Lula, que figurava com 22% em agosto do ano passado, foi a 19% em janeiro e agora tem apenas 10%.

Mesmo sem poder concorrer.

A situação só não é pior porque a ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), tem 19% na pesquisa espontânea, passando ao segundo turno contra o ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que ostenta 15% das intenções de voto.

FHC

Ironias à parte, a questão é que, à medida que aumenta o conhecimento da população sobre as eleições deste ano, mais gente sabe que Lula não é candidato. Na prática, 27,1% dos brasileiros, segundo o Sensus, afirmam que votariam somente no indicado pelo presidente e outros 33,7% poderiam votar, além de 15,6% que votariam caso conhecessem o candidato – a candidata, no caso.

Por outro lado, o mesmo levantamento aponta que 55,4% dos brasileiros não votariam no indicado por Fernando Henrique Cardoso. Apenas 5,7% votariam somente no candidato de FHC. Dados que apenas reforçam por que José Serra tem elogiado tanto Lula, dizendo que o presidente “está acima do bem e do mal”: se lembrarem que ele foi ministro de Fernando Henrique, pela lógica, não tem como vencer as eleições.

Aprovação recorde

A aprovação do governo também mostrou notícias favoráveis a Lula. O desempenho pessoal é aprovado por 83,7%, segundo o Instituto Sensus. Consideram ótimo e bom o governo atual 76,1%. Ambos os percentuais representam recordes de popularidade para um presidente brasileiro. Antes, as maiores marcas haviam sido registradas pelo próprio Lula.