Decisão sobre vinheta da Globo envolveu consulta ao STF

Polêmica levou a retirada da vinheta do ar (Foto: Reprodução) São Paulo – A decisão da Rede Globo de tirar do ar a vinheta dos 45 anos da emissora teria […]

Polêmica levou a retirada da vinheta do ar (Foto: Reprodução)

São Paulo – A decisão da Rede Globo de tirar do ar a vinheta dos 45 anos da emissora teria envolvido consulta informal a Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi publicada pelo jornalista Ricardo Noblat. A vinheta provocou polêmica por usar um discurso considerado coincidente com o lema da pré-campanha de José Serra (PSDB) à Presidência da República.

A emissora alega que a campanha foi concebida em novembro de 2009, muito antes do anúncio do slogan do PSDB. O publicitário Adílson Xavier, criador da peça, afirmou que se trata de um “fantasma de quem está envolvido em campanha”. Para o diretor da agência Giovanni, a relação com a política não é estabelecida pelos telespectadores “com esse grau de detalhamento”, declarou à coluna “Outro Canal” da Folha de S.Paulo. “O leitor está preocupado com a novela que vai ver”, completou.

No domingo (18), a vinheta foi ao ar e provocou ampla discussão entre blogueiros favoráveis à pré-candidata Dilma Rousseff (PT). Até Marcelo Branco, um dos coordenadores da campanha petista na internet criticou o que considerou ser “mensagem subliminar”.

Marco Aurélio Weissheimer, do RS Urgente, considerou que a Globo se inspirou em Serra. “Durante 30 segundos, artistas e jornalistas da Globo repetem sucessivamente os bordões: ‘Todos queremos mais’, ‘Brasil muito mais’, ‘Saúde, Educação, queremos muito mais’, ‘É por você que a gente faz sempre mais'”, analisou. “Outra referência direta à campanha de Serra é o 45, número do PSDB nas votações”, completa.

Para Marcão, do Futepoca, “a Globo perdeu totalmente o pudor”. Para ele, tratou-se de “propaganda eleitoral”. “Reparem que eles dizem que querem ‘mais educação e saúde’, o que não tem nada a ver com o aniversário ou com a programação televisiva”, opinou.

“Deve ser uma retribuição ao agasalhamento do terreno que a Globo invadiu por 11 anos e o Serra transformou numa escola técnica para formar profissionais para a Globo”, ironizou Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa-Afiada. Uma mão lava a outra. E cada vez “mais !”.

Luís Nassif notou que cinco dos seis vídeos relacionados automaticamente pelo Youtube, eram de José Serra.

Notícias no site da emissora destacam a presença de atores da Globo nos estúdios para a gravação da peça a partir do dia 14 de abril, depois, portanto, do lançamento da candidatura de Serra, dia 10.

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, também viu a associação, mas minimizou seus efeitos. “Eu não sei se teria influência eleitoral. Agora, que a combinação do 45 com ‘o Brasil pode mais’, não sei o quê, desperta a lembrança do que o Serra falou, isso é fato”.

O líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), criticou a pressão segundo ele exercida pelo PT sobre a Globo. “Isso é demais da conta. A ideia do PT é absurda. Chega a ser hilário”, afirmou em plenário na terça-feira (20). “Os petistas entendem que essa é uma propaganda para beneficiar o PSDB. Que absurdo, que loucura! A que ponto chegou essa gente! É impressionante!”, indignou-se.

A vinheta

O texto lido por jornalistas e atores da emissora envolvia questões relacionadas ao entretenimento e também a educação e saúde.

“Nova idade com muito mais vontade de querer ainda mais qualidade. Emoção? Mais. Alegria a gente traz. E a diversão, vamos atrás. Mais informação, a gente é capaz. Todos queremos mais. Educação, saúde e, claro, amor e paz. Brasil, muito mais. É a sua escolha que nos satisfaz. É por você que a gente faz sempre mais.”

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