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Reunião em Viena aumenta chance de paz na Síria

Conflito na Síria pode se aproximar de uma solução a partir de encontro na Áustria A esperança é tênue, mas existe. Nesta sexta-feira, 30 de outubro, começa em Viena, capital […]

Conflito na Síria pode se aproximar de uma solução a partir de encontro na Áustria

A esperança é tênue, mas existe. Nesta sexta-feira, 30 de outubro, começa em Viena, capital da Áustria, mais uma tentativa de encontrar uma solução negociada para a conflagração da Síria, que já causou 250 mil mortes no país e é uma das principais causas da chamada “crise dos refugiados” na Europa e no mar Mediterrâneo.

A novidade desta tentativa é o acordo a que chegaram Estados Unidos e Rússia, decidindo convidar o Irã a tomar parte da reunião, coisa que o governo de Teerã aceitou.

A alternativa desagradou a Arábia Saudita, que também estará presente, mas ela terá de se conformar.

O convite mostra também o reconhecimento tácito por parte dos Estados Unidos de que não há solução para o conflito sem a participação iraniana, e, por tabela, de que não há mais, de momento, solução de derrubada militar do governo de Bashar Al-Assad.

Quando o conflito começou, três anos atrás, os Estados Unidos e seus aliados ocidentais imaginava que Bashar Al-Assad teria um destino semelhante ao de Muhammad Gaddhafi na Líbia. Entretanto, a suposição se baseava numa avaliação errada sobre o exército sírio, que se mostrou mais resistente e coeso do que o corpo de mercenários que constituía o principal das forças do então governo líbio.

Além disso, a oposição a Assad nunca chegou a constituir um corpo coeso, dividindo-se numa miríade de facções, dentre as quais, do ponto de vista militar, logo se destacaram como mais efetivas as ligadas à Al Qaïda e, depois, ao emergente Estado Islâmico (EI).

Para engrossar o caldo, há um mês a Rússia entrou diretamente no conflito, bombardeando posições do EI e, segundo fontes ocidentais, também outros grupos rebeldes, o que reforçou a posição e a disposição do exército sírio.

Além de tentar uma articulação comum contra o EI, Estados Unidos e Rússia porão sobre a mesa a tentativa de um acordo sobre o destino de Assad. A maior dificuldade, neste caminho, é a indisposição de Damasco e opositores de chegar a qualquer terreno com de discussão.

Neste sentido a posição do Irã pode ser vital, em se tratando do país mais próximo do regime sírio. A Rússia, embora apoie Assad, já se mostrou veladamente disposta a negociar o seu destino, desde que se chegue a uma “saída honrosa” para ele.

Nem o regime de Damasco nem qualquer grupo opositor estarão presentes em Viena, pelo menos nesta fase das tratativas.

Também não estarão presentes os curdos, embora estes se constituam hoje na principal força terrestre de oposição ao EI. Sua entrada na negociação – que terminará sendo inevitável – certamente causará problemas com a Turquia, que se opõe tenazmente a qualquer tentativa de autonomia por parte deles.

Mas, ao que tudo indica, Ankara terá de rever esta intransigência pois, se não há solução sem o Irã, também não haverá sem os curdos, tanto na Síria quanto no vizinho Iraque.

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