Política externa

Dilma recebe Angela Merkel para discussão de projetos bilaterais

Brasil entra no seleto grupo de 11 países com que a Alemanha estabelece reuniões de consultas intergovernamentais para tratar de temas estratégicos de longo prazo em diversas áreas

Roberto Stuckert Filho/PR

Dilma e Angela Merkel voltam a reuniões e confirmam e protagonismo mundial dos dois países

Oslo – Em contraponto ao clima apocalíptico com que a velha mídia nacional trata o Brasil internamente, e ao clima de perene “desconstrução” com que parte da velha mídia internacional o trata, a chanceler alemã Angela Merkel de certo modo confirma a posição de inabalado prestígio do Brasil na cena geopolítica mundial. Acompanhada por sete ministras e ministros (Relações Exteriores, Agricultura, Desenvolvimento, Cultura, Saúde, Trabalho e Meio Ambiente), a chanceler será recebida hoje (19) em Brasília pela presidenta Dilma Roussef para o que se chama na Alemanha de uma reunião intergovernamental de consultas com o governo brasileiro.

As consultas intergovernamentais são um mecanismo de discussão abrangente e amplo sob a liderança das chefes de governo dos dois países, e com a participação de ministros dos dois países, responsáveis pelos principais temas bilaterais. O encontro têm caráter de compromisso de Estado e constitui o mais alto nível de tratativas internacionais do governo alemão com objetivo de estabelecer iniciativas políticas comuns no plano internacional.

Na pauta estarão áreas como mudança climática e meio ambiente, tecnologia, ciência, cultura e inovação e economia. Embora a comitiva da chanceler não inclua empresários da Alemanha, ela se encontrará com empresários de companhias alemãs que trabalham no Brasil, além de se reunir com a presidenta Dilma Rousseff e ministros e ministras de seu governo.

O Brasil passa ser o 11º país a entrar no pequeno grupo com que o governo de Berlim mantém esse tipo de reunião, ao lado da França, Itália, Polônia, Espanha, Holanda, Estados Unidos, Israel, China, Rússia e Índia.

Entre os esforços para “desconstruir” o Brasil, destacou-se desta vez o grupo Repórteres sem Fronteiras, que pediu ao governo alemão que se empenhasse em defender a segurança dos jornalistas no Brasil, comparando a situação do país – num evidente exagero – com a do México e a da Colômbia.

Houve também questionamentos a respeito da proximidade dessa reunião de consultas com um ambiente de protestos contra o governo nos últimos dias. Mas o porta-voz do governo alemão, ainda em Berlim, declarou que o encontro se prende a temas estratégicos de longo prazo, de interesse de ambos os países, e que não cabia ao governo alemão opinar sobre a situação interna brasileira.

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