O tsunami do Fundeb passou na minha vida

O que eu posso fazer agora, Diário? O de sempre, é claro: inverter a situação. Vou espalhar por aí que Fundeb quer dizer “Fundo de Educação do Bolsonaro”!

Pô, que derrota, Diário…

Foi um tsunami que passou na minha vida.

O tal do Fundeb foi aprovado.

Eu nem sabia o que era esse treco. Parece que é um fundo formado pelos governos federal, estadual e municipal para financiar a educação básica pública.

A gente queria parar de dar dinheiro pra isso daí. O pessoal do Partido Novo suou a camisa, a minha turma se esforçou, a Bia Kicis e o príncipe Luís Philippe de Orléans e Bagaça deram tudo de si, mas tomamos na cabeça.

Vou ter mesmo que dar mais dinheiro para educação. Ô, desperdício! Isso aí podia ir pro salário dos militares, pra distribuir nióbio e cloroquina pra todo mundo, pra financiar revólveres pra população (já tinha até pensado no nome do programa: “Minha arma, minha vida”), mas não. Vai para a tal da educação…

E o pior é que 70% do dinheiro vão para os professores. Pô, os caras não trabalham por amor à profissão? Deviam é pagar pra trabalhar. O pessoal do Partido Novo (gosto dessa turma; eles usam sapatênis, mas é como se usassem coturno) tentou zerar o aumento dos professores. Mas nem isso conseguiu.

O Guedes vai ficar chateado. Ele queria pegar parte do dinheiro para o Renda Brasil (ainda não gosto desse nome, renda parece coisa de mulher; devia ser Bolso Brasil), mas não colou. A proposta dele era destinar metade do dinheiro dado pelo governo para vouchers que pagariam creches privadas. Mas o pessoal percebeu que era uma pedalada educacional e votou contra.

O que eu posso fazer agora, Diário? O de sempre, é claro: inverter a situação. Vou já postar uma foto com um garoto com uniforme de escola militar e dizer que foi tudo eu que fiz.

Vou espalhar por aí que Fundeb quer dizer “Fundo de Educação do Bolsonaro”, kkk!

#diariodobolso

PS: A ilustração de hoje é do Zé Dassilva.