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Delator omitiu ou a mídia escondeu empresa offshore no paraíso fiscal da ‘privataria’?

Reprodução Empresa de Augusto Mendonça teve contratos milionários com a Petrobras: mídia seletiva? Não consta no noticiário dos vazamentos do depoimento do empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, que fez […]

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Empresa de Augusto Mendonça teve contratos milionários com a Petrobras: mídia seletiva?

Não consta no noticiário dos vazamentos do depoimento do empresário Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, que fez acordo de delação premiada sobre corrupção na Petrobras, uma empresa offshore dele na Ilhas Virgens Britânicas.

O executivo declarou ter usado suas empresas no Brasil para pagar propinas a diretores corruptos da Petrobras por contratos com a empresa Toyo-Setal, controlada pela japonesa Toyo Engineering. As empresas brasileiras de Augusto Mendonça apareceram depositando valores nas empresas de fachada controladas pelo doleiro Alberto Youssef.

O nome do executivo aparece na plataforma “Offshore Leaks”, um banco de informações sobre contas em paraísos fiscais divulgadas ao público na internet por um coletivo de jornalistas investigativos do ICIJ (International Consortium of Investigative Journalists), com sede em Washington. O trabalho do grupo é apoiado por 38 veículos, como o jornais The Guardian, do Reino Unido, Le Monde, da França, e The Washington Post, dos Estados Unidos.

Augusto Mendonça aparece ligado como beneficiário da offshore “The Memphis Trust”, sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Os outros beneficiários são sua mulher, a atriz Giselle Cocchiararo Fraga Ribeiro de Mendonça (de nome artístico Gisele Fraga), e duas outras mulheres com o mesmo sobrenome: Carolina Follegatti Ribeiro de Mendonça e Karin Follegatti Ribeiro de Mendonça. As duas últimas são sócias da CMX Participações S.A., empresa com sede em São Paulo, criada em 2008.

O empresário também aparece com seu nome ligado à outra empresa nas  Ilhas Virgens Britânicas, “Memphis Enterprises International Limited”. Empresas offshore nem sempre estão associadas a negócios ilícitos, mas dada as atividades já confessadas pelo empresário, no mínimo precisa ser melhor investigada.

Como os vazamentos da Operação Lava Jato na mídia têm sido seletivos e com viés político, não se sabe se o delator não contou tudo e omitiu esta offshore, ou se foi a própria mídia tradicional que fugiu da pauta dos paraísos fiscais, um assunto explosivo que assombra antigos escândalos ligados a governos tucanos, como o da “privataria tucana”, do Banestado e das propinas dos trens e Metrô de São Paulo.

Russomanno e Eduardo Gomes

Augusto Mendonça, por meio de uma de suas empresas, a Yellowwood Consultoria, aparece como sócio do deputado Celso Russomanno (PRB-SP) e da filha do deputado federal licenciado Eduardo Gomes (SD-TO) no Bar do Alemão, badalada casa em área nobre de Brasília. É um empreendimento de R$ 4,2 milhões declarados.

Quando Russomanno foi candidato a prefeito de São Paulo em 2012, ele teve dificuldade para explicar como ele tinha R$ 1 milhão na sociedade se não havia colocado dinheiro nenhum seu. Ele disse na época que pagaria sua parte trabalhando na administração do bar.

Agora a Yellowwood Consultoria aparece na Operação Lava Jato recebendo R$ 18,7 milhões da outra empresa de Augusto Mendonça, a Tipuana, a mesma que abasteceu os cofres de Youssef, segundo reportagem da revista IstoÉ.

Além dos negócios, as relações de Russomano com Augusto Mendonça se estendem à vida social. Em 2005, o deputado foi padrinho de casamento do empresário com a atriz Gisele Fraga

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