O último semifinalista

Holanda bate a Costa Rica nos pênaltis e pega a Argentina

Prorrogação faz da partida a mais emocionante das quartas de final. Goleiro holandês Krul entrou apenas para a disputa de penalidades e seleção da América Central sai invicta do Mundial

ALI HAIDER/EFE

Jogo mais que disputado entre Holanda e Costa Rica

Antes da peleja entre Holanda e Costa Rica, a maioria dos analistas vaticinou uma vitória fácil dos europeus. Afinal, a seleção da América Central já havia ido longe demais, não? Mas, parafraseando Garrincha, faltou combinar com os russos, ou melhor, com os costarriquenhos. Com Navas salvando o time no tempo normal e na prorrogação, o jogo foi para os pênaltis e enfim a Holanda conseguiu evitar a zebra.

A improvável Costa Rica entrou em campo na Arena Fonte Nova querendo contrariar a tradição do estádio de presenciar partidas com muitos gols. A chance de passar a uma semifinal passava primeiro por não ter a defesa vazada, ao menos no início do jogo, o que ocorreu nas outras três pelejas das quartas de final. E quem saiu na frente, levou.

Assim, os centro-americanos, com sua já tradicional linha de cinco à frente da área, marcando por vezes a saída de bola holandesa e entregando a posse da redonda para o rival, se defendia buscando o contra-ataque salvador. Este, no primeiro tempo, não apareceu. O que mais se aproximou de uma chance de gol dos costarriquenhos ocorreu em uma cobrança de falta de Bolaños, aos 34, à semelhança do lance que originou o gol da virada contra o Uruguai. Só que, desta vez, Borges desviou e ninguém aproveitou na pequena área.

Saindo da sua característica de esperar o time rival e sair em velocidade para o ataque, a seleção holandesa encontrou dificuldades para chegar à área. Aos 21, a primeira finalização em lance de Kuyt, que passou para Van Persie. Frente a frente com Keylor Navas, o nove holandês conheceu a fama de um dos melhores goleiros do Mundial e não conseguiu marcar. No rebote, o arqueiro ainda defendeu um chute de fora da área de Sneijder.

A Holanda só chegaria novamente com perigo aos 28, quando Van Persie aproveitou um erro de passe da Costa Rica, e levou a redonda até a grande área, servindo Depay, que esbarrou mais uma vez em Navas. Aos 39, nova defesa do jogador do Levante. Sneijder cobrou falta por cima da barreira e o arqueiro tirou a bola que ia para o ângulo direito.

Como era de se esperar, os holandeses tentaram pressionar a Costa Rica no início da etapa final, principalmente usando os lados do campo para tentar superar a forte defesa dos centro-americanos. No entanto, os ticos tiveram uma jogada perigosa a seu favor aos 16, com Diaz puxando o ataque pelo lado esquerdo e cruzando para Campbell. Na disputa pela bola, Indi o empurrou dentro da área mas o árbitro não marcou nada.

Com um jogo truncado, a Laranja Mecânica só chegou perigosamente aos 36, quando Wesley Sneijder cobrou falta do lado canhoto da entrada da área, carimbando a trave direita de Navas. Aos 38, depois de lance do lado direito do ataque, a bola sobrou para Van Persie quase dentro da pequena área e o arqueiro costarriquenho mais uma vez fez uma bela defesa.

Sentindo a proximidade da prorrogação das quartas de final e evidenciando o ditado “goleiro bom tem que ter sorte”, a Holanda chegou forte pelo lado esquerdo, com a bola passando por dois europeus dentro da pequena área. O lance ficou para Van Persie, que chutou. Tejeda salvou em cima da linha, com a bola batendo ainda no travessão antes de sair.

No começo da prorrogação, susto na área da Costa Rica. Robben cruzou do lado direito do ataque na área e Vlaar cabeceou para outro salto fotográfico do arqueiro do Levante. Isso foi aos 3 da etapa inicial da prorrogação e foi quase tudo que os europeus fizeram até o segundo tempo. Eles também começaram a sentir o cansaço e só mesmo as investidas de Robben faziam o ataque ser um pouquinho efetivo.

E foi na etapa final que a Costa Rica começou a chegar. Duas vezes Bolaños chegou na área, provocando frisson na torcida da Arena Fonte Nova. E Ureña, em uma grande jogada individual na qual passeou pela área holandesa, finalizando para uma sensacional defesa de Cillessen. Na sequência, Sneijder finalizou no travessão de Navas. No último minuto da prorrogação, algo inusitado: o treinador holandês Louis Van Gaal substituiu seu arqueiro pelo reserva Tim Krul para a disputa de pênaltis.

Deu certo. Krul, provocando sempre os batedores, defendeu duas penalidades, de Bryan Ruiz e der Umaña, terminando com o milagre costarriquenho. Ao final, a Holanda levou a vaga, mas o time de Jorge Luis Pinto não saiu vencido de campo.

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