Jogo difícil... de assistir

Nos pênaltis, Argentina supera a Holanda e vai à final

Após 120 minutos de pouco futebol, Romero defende duas penalidades e garante sul-americanos na disputa do título

SRDJAN SUKI/EFE/EPA

Hoje foi a vez dos holandeses pararem nas mãos do goleiro adversário; Romero leva hermanos ao Maracanã

A expectativa para a semifinal envolvendo Holanda e Argentina era de que fosse uma boa partida, já que dois dos destaques da Copa, Robben e Messi, estavam em campo. No entanto, o que se viu foram duas equipes mais preocupadas em se defender do que em atacar, não chegando com perigo ao gol adversário sequer uma vez no primeiro tempo. Após 120 minutos de tortura para quem gosta de futebol bem jogado, Romero defendeu dois pênaltis e a Argentina foi à final.

Dos quatro chutes a gol dados por ambos os times na etapa inicial, apenas um acertou o objetivo. Foi uma falta cobrada pela esquerda da área holandesa por Messi. Contudo, a finalização foi defendida sem qualquer problema por Cillessen. O lance foi o mais próximo do que se pode chamar de oportunidade.

Enquanto os argentinos apostavam nas roubadas de bola no meio de campo rival, os holandeses tinham pouca criatividade na meia, insistindo ora em viradas de jogo, ora em ligação direta da defesa. Messi quase não apareceu, e Robben raramente foi acionado. De tão entediante, as torcidas presente no estádio também acabaram com um comportamento bastante discreto nos primeiros 45 minutos.

No segundo tempo, Martins Indi, que tinha cartão amarelo, saiu para entrada de Janmaat. Aos 3, uma falta em Robben do lado direito da área albiceleste, muito mal cobrada por Seijder, dava até alguma impressão de que os times vinham com uma disposição menos retrancada para a segunda metade do jogo.

Nova alteração laranja aos 16, com a saída de De Jong, que voltava de contusão, para entrada de Clasie. Aos poucos, a Holanda passou a marcar mais à frente, com a Argentina retraindo mais com seus homens de ataque, o que, na prática, não significou mudança no cenário da partida. Viradas de jogo erradas, escorregões, falta cobrada de forma bizonha por Messi… não estava fácil pra ninguém a peleja, principalmente para quem assistia.

Emoção só aos 29, quando Higuaín chutou de primeira, mas pra fora, após passe pela direita de Pérez. A única oportunidade de gol até àquela altura. Aos 35, Sabella sacou Pérez para entrada de Palacio, substituindo ainda Higuaín por Aguero. A resposta veio aos 45, quando Sneijder finalmente conseguiu passar para Robben na área hermana, mas o craque foi travado por Mascherano. Ao que parece, a goleada sofrida pela seleção brasileira tirou a vontade de atacar dos dois times, e o jogo terminou em 0 a 0 nos 90 minutos regulamentares.

Na primeira etapa da prorrogação, Van Gaal colocou Huntelaar em lugar de Van Persie, e Sabella colocou Maxi Rodríguez substituindo Lavezzi. A Holanda tentou em parte pressionar, e a Argentina buscou mais o contra-ataque. Com os dois times com a língua de fora, pouco aconteceu até os 10 do segundo tempo, quando Palacio praticamente recuou para Cillessen. No minuto seguinte, Messi fez seu único lance inspirado na partida e cruzou para Maxi chutar torto ao gol holandês.

Após o tempo extra, pesou o cansaço da Holanda, que disputou sua segunda decisão de pênaltis seguida. Romero defendeu as cobranças de Vlaar e Sneijder e a Argentina vai repetir as finais de 1986 e 1990 contra a Alemanha.