Curando a ressaca

Disputa de 3º lugar nem sempre é jogo chato

Duelo que reúne seleções derrotadas nas semifinais tem na história partidas com muitos gols

EFE

O artilheiro da Copa 1978 Lato comemora o gol da vitória contra o Brasil na disputa pelo terceiro lugar do torneio

São Paulo – A disputa do terceiro lugar, desprezada publicamente pelo técnico da Holanda Louis Van Gaal, sequer existe em algumas competições e modalidades. No tênis, por exemplo, tal duelo não costuma ocorrer e, mesmo em Mundiais, em duas ocasiões, 1930 e 1950, não houve jogo pelo bronze do torneio. Ainda assim, o fato de a partida contar com seleções já desobrigadas pode resultar em pelejas emocionantes e com muitos gols.

Pelo menos é isso que as estatísticas mostram. São 68 gols em 17 disputas, o que dá uma excelente média de quatro tentos por duelo. As motivações dos jogadores podem ser várias e uma delas (que não é o caso hoje) é a de fazer o artilheiro da competição. Em 1958, por exemplo, a França enfrentou a Alemanha e Just Fontaine aproveitou para garantir a artilharia da competição e se tornar o maior goleador de uma única edição de Mundial. Nos 6 a 3 a favor dos franceses, ele marcou quatro vezes.

O duelo de 1994 também tinha esse tempero de fazer um artilheiro. Bulgária e Suécia não esperavam chegar tão longe no torneio, sendo que os búlgaros haviam passado cinco mundiais sem vencer uma partida. Em campo, um massacre sueco logo na etapa inicial, 4 a 0. Na etapa final, o único objetivo da equipe dos Balcãs era fazer do atacante Stoichkov o goleador do torneio, já que àquela altura ele estava empatado com o russo Salenko. não foram poucas as bolas recebidas por ele, mas o gol, como por encanto, não saiu de jeito nenhum.

Outra disputa histórica ocorreu em 2002, quando o turco Sükür fez o tento mais rápido da história das Copas, com 11 segundos, em um jogo bastante acirrado entre Turquia e Coreia do Sul, uma das donas da casa, que terminou com vitória da seleção europeia por 3 a 2.

O Brasil na disputas de terceiro lugar

A seleção brasileira já participou de três decisões de terceiro lugar. Na primeira delas, em 1938, o Brasil venceu a Suécia por 4 a 2, após virar o primeiro tempo perdendo por 2 a 0. O Diamante Negro Leônidas da Silva, então jogador do Flamengo, anotou dois tentos e se sagrou artilheiro do torneio com sete gols, passando a frente do húngaro Zsengeller.

Em 1974, a seleção de Zagallo caiu diante da Polônia. Após serem espremidos pela Holanda, a desmotivada seleção brasileira vivia uma caça às bruxas, com diversas especulações apontando que jogadores simulavam contusões para não entrar na peleja e olhares furiosos contra Paulo César Caju, acusado de tirar o pé de divididas para não comprometer a ida ao Olympique de Marselha, de acordo com o livro O Mundo das Copas (Lua de Papel), de Lycio Vellozo Ribas. Resultado: 1 a 0 para a equipe de Lato, artilheiro da partida e do Mundial.

A seleção disputou ainda o bronze simbólico em 1978, quando os comandados de Claudio Coutinho foram para o embate contra a Itália invictos, tendo sido desclassificados por conta da nebulosa peleja da argentina contra o Peru. Os “campeões morais”, na definição do treinador, venceram a Itália de virada, por 2 a 1, com golaço do lateral Nelinho e grande atuação do goleiro Leão, que evitou ao menos dois gols de Paolo Rossi.

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