Cozinhou o diabo

Argentina 1 x 0 Bélgica: pesou a camisa

Diabos Vermelhos se intimidam e caem de produção diante de uma Argentina fechada, que deu a sorte de marcar logo no início

PETER POWELL/EFE

Desencantou. Higuaín fez o gol e teve a outra chance mais perigosa da Argentina

Um gol no começo definiu o placar de uma partida que ofereceu mais jogo truncado do que belas jogadas. A Argentina cozinhou a Bélgica durante todo o tempo e os Diabos Vermelhos assimilaram sem grande resistência o papel de refeição dos portenhos.

O técnico argentino Alejandro Sabella organizou o time um pouco diferente e conseguiu ocupar melhor o meio campo. Messi foi recuado e passou a atuar no início das jogadas, o que abriu um pouco mais de espaço no ataque, uma vez que Di María passou a se movimentar mais do meio à esquerda, e com isso assumiu mais função criativa.

O resultado veio logo no início. Messi fez bom drible na intermediária, abriu para Di María, que tocou à frente para Higuaín. Ele contou com a distração da defesa belga – que o deixou livre no meio –, com um pouco de sorte – pois a bola esbarrou na zaga e deu uma azeitada – e muita categoria para virar um chutaço no cantinho, impegável, mesmo para o gigante Courtois. Aos 7 minutos, a Argentina saia com uma vantagem importante.

A Bélgica acusou o golpe, e precisou de uns bons 10 minutos para voltar a buscar o jogo com mais determinação. Começou a tentar chutes de fora da área, e a avançar pela esquerda e pela direita, levando algum perigo, mas nenhum lance mais agudo.

Aos 28, Messi fez um maravilhoso lançamento em profundidade que foi encontrar Di María em ótima posição. Ele chutou, mas foi cortado por Kompany, que voltou a impor o controle da zaga vermelha. A jogada não teria mais importância, não fosse o fato de que o número 7 argentino sentiu a perna e, poucos minutos depois, teve que ser substituído.

Aos 38, Messi faz um salseiro bem na entrada da área e leva a falta. Ele mesmo bateu, mas foi pra fora. Aos 41, o lateral Vertonghen cruzou bem para a cabeçada de Mirallas que passou bem pertinho da trave de Romero. Mas não foi dessa vez.

A retomada do segundo tempo mostrou uma Bélgica com um ânimo muito insuficiente para quem precisa virar em cima de uma seleção perigosa como a Argentina. Exceto pelo Fellaini, que não parou um segundo de buscar o jogo. E os hermanos, sem a preocupação de buscar o gol e também sem o Di María, que tinha cumprido um papel tão importante no início, fecharam do meio-campo pra trás e armaram a mola pra lançar os contra-ataques.

Numa jogada individual de Higuaín o segundo gol poderia ter saído. Ele conduziu sozinho desde a meia cancha, meteu uma caneta no bom zagueiro Kompany e adentrou a área livre para chutar muito forte e tirando completamente Courtois da jogada, mas foi apenas trave.

Aos 15 minutos, o treinador Marc Wilmots trocou o ataque para ganhar altura com Lukaku (1,90m) e investir nas bolas cruzadas na área. Saíram Mirallas e Origi e entrou, além do Lukaku, Mertens. Logo de cara conseguiu dois cruzamentos perigosos pela esquerda com Vertonghen. Pouco depois, tirou o camisa 10 Hazard, que não jogou nada e podia ter sido expulso numa entrada violenta, e colocou mais um atacante alto, Chadli (1,87m).

A Argentina cozinha o galo e a princípio neutraliza essa jogada também. Jogo fica ainda mais truncado, amarrado. Aos 39, numa bola sobrada, De Bruyne poderia ter marcado num chute de fora da área, mas a bola desviou na defesa e saiu para escanteio.

Aos 48, um contra-ataque coloca Messi de frente para o gol, mas ele para na defesa do incrível Courtois. A Bélgica devolve e quase faz em jogada pela esquerda com Lukaku, mas não deu.

Quem segue no campeonato é a nossa arquirrival Argentina, que pegará a vencedora de Costa Rica e Holanda, na próxima quarta-feira, na Arena Corinthians, em Itaquera, São Paulo.