Medo de perder

A bola não entra: por que teve pouco gol nas oitavas?

Pode parar! Todo mundo quer ver a bola passar pela meta. Pra que tanta retranca?

Marcello Casal Jr/Agência Brasil CC-BY 3.0

Pernas pra que lhes quero: esperança é de quartas de final mais disputadas

A fase de grupos foi promissora, e a Copa começou com goleadas e todo mundo jogando bem pra frente. Na primeira rodada, a média de gols por jogo foi de 3,06. Na segunda, 2,81. Na terceira, 2,63. Apesar da queda, a farra terminou com 136 tentos assinalados, uma média de 2,83.

E eis que, nas oitavas de final, alguma coisa aconteceu. As dimensões do gol diminuíram ou as traves engrossaram? Em pelo menos quatro das oito partidas desta etapa da Copa, os goleiros foram os nomes do jogo, segundo a própria Fifa (Julio Cesar, em Brasil 1×1 Chile, Ochoa, em Holanda 2×1 México, Navas, em Costa Rica 1×1 Grécia, Rais em Alemanha 2×1 Argélia). O arqueiro norte-americano Tim Howard foi eleito o melhor do jogo entre Bélgica e EUA, mas não evitou o desfecho feliz (para os Diabos Vermelhos).

Se não bastassem os arqueiros, teve zagueiro tirando bola em cima da linha, bola na trave, gol feito perdido…

Considerando os gols marcados na prorrogação, como faz a Fifa, a média alcança 2,16. Se contados apenas as vezes em que a rede foi balançada durante o tempo regulamentar, 1,38. Para o Mundial que tem pretensão de ser o melhor de todos os tempos, é pouco. É média digna de copa de 1990 e de 2010.

Pode parar!

O Copa na Rede, que gosta do jogo jogado e de bola na rede, lista três singelos motivos para acreditar que, nas quartas, tudo vai ser diferente:

1) Jogo de campeonato

Quando vale vaga, a retranca fala mais alto. Exceção feita à brava Argélia, até a Holanda teve momentos de recuo absoluto para evitar o gol. Mas, ao mesmo tempo, ficaram os primeiros colocados de cada grupo. Também os melhores ataques.

2) Só primeiro

Do grupo A ao H, só os primeiros colocados classificaram-se para as quartas. Apenas as seleções que mais somaram pontos é que estão vivas na competição. Quase todos passaram por perrengue, mas garantiram vaga entre as oito melhores do mundo. Nas quartas, é hora da verdade. E, no futebol, vence quem faz mais gols. Né?

3) Chega de retranca

Depois de passar aperto, os jogos são quase todos entre iguais. Exceção feita à Costa Rica contra a Holanda, as demais partidas são clássicos regionais ou confrontos entre equipes que passaram o mesmo tanto de aperto para chegar onde estão. Quem se retrancar não vai passar. E isso é só uma praga rogada.

Leia também

Últimas notícias