Um drama com contornos épicos. Consideradas as duas surpresas das oitavas de final da Copa do Mundo, Costa Rica e Grécia fizeram um jogo muito disputado, que foi à prorrogação depois de 1 a 1 nos 90 minutos da Arena Pernambuco. Nos pênaltis, a seleção centro-americana levou a melhor e superou os gregos por 5 a 3.

O primeiro tempo foi bem morno e em mais de um momento o público presente na Arena Pernambuco vaiou as duas seleções, que pareciam ter mais medo de perder do que vontade de ganhar, citando o filósofo contemporâneo. Sem ter a chance do contra-ataque contra a defesa bem postada da Grécia, os costarriquenhos não conseguiam criar chances, em que pese a mobilidade de Joel Campbell em todo o ataque.

O único lance de perigo real na partida ocorreu aos 37. Holebas avançou pela esquerda e cruzou nas para Salpingidis finalizar em ótimas condições para o goleiro Keylor Navas fazer um verdadeiro milagre com a perna direita. Fora isso, boa parte do tempo o ataque europeu se notabilizou mais por ficar em impedimento do que por construir qualquer jogada ofensiva.

No segundo tempo, a Costa Rica voltou mais acesa e achou seu gol aos 7 minutos. Bolaños desceu pela esquerda e tocou para Bryan Ruiz. O dez costarriquenho bateu próximo à entrada da área e a bola pegou efeito, indo morrer no canto esquerdo do goleiro Karnezis.

Em desvantagem, a Grécia buscou o empate com os recursos que tinha. O técnico Fernando Santos colocou Gekas e Mitroglou na área e a equipe passou a fazer chuveirinhos e cruzamentos, rasteiros e pelo alto, na área centro-americana. A situação se agravou para os sobreviventes do grupo da morte quando Duarte fez falta em Holebas e tomou o segundo amarelo, sendo expulso aos 21.

Exercendo pressão com um jogador a mais, o gol salvador grego veio nos últimos minutos, assim como aconteceu contra Costa do Marfim. Sokratis Papastathopoulos, zagueiro foi ao ataque e pegou o rebote do goleiro Navas, empatando o placar. E a virada quase veio aos 48, depois de cabeçada de Mitroglou que exigiu ótima defesa do arqueiro costarriquenho.

Na prorrogação, o que não houve de técnica, sobrou em entrega para as duas equipes. Enquanto a Costa Rica se defendia com somente o valente Joel Campbell no campo ofensivo, os gregos continuavam insistindo na bola aérea. E perderam oportunidades preciosas, como em um contra-ataque com cinco atletas contra três, e também no minuto final, com Navas defendendo com a coxa um chute de Mitroglou quase de dentro da pequena área.

Na disputa de pênaltis, os batedores tinham um desempenho exemplar, até a quarta cobrança da Grécia, quando Gekas bateu e Navas fez uma belíssima defesa. Os gregos tiveram que assistir à festa da Costa Rica, que conseguiu uma inédita classificação para as quartas de final e pegam a Holanda. Será que o milagre continua?